Economia

BNDES vai reduzir sua carteira de ações em até 80%, diz Montezano

14 nov 2019, 14:40 - atualizado em 14 nov 2019, 14:42
Gustavo Montezano, presidente do BNDES
“Faremos um desinvestimento relevante nos próximos 3 anos” disse Montezano (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai reduzir sua carteira de ações em até 80% nos próximos três anos, disse nesta quinta-feria o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano.

“Faremos um desinvestimento relevante nos próximos 3 anos” disse Montezano, frisando que o banco pode vender esses os papéis via oferta pública, mesa de operações ou em bloco.

A cúpula da instituição decidiu recentemente que o BNDES mudará sua carteira de investimentos, aproximando-se mais do perfil de bancos de fomento globais.

Atualmente, a carteira de ações do BNDES é de cerca de 120 bilhões de reais. Entre as principais participações do banco estão empresas como Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), Eletrobras (ELET3), Suzano (SUZB3) e JBS (JBSS3).

O limite de risco diário do BNDES (perda máxima com 99% de confiança no horizonte de um dia) é de 5,6 bilhões de reais e a ideia é baixar para 600 milhões em três anos.

Segundo Montezano, o limite de risco das demais instituições financeiras é em média de 100 milhões de reais ao dia.

“Éramos um bicho fora da curva”, disse ele a jornalistas após divulgação do resultado do terceiro trimestre, quando o banco teve lucro de 2,7 bilhões de reais, ante 1,6 bilhão em igual período de 2018.

Um nova metodologia de venda da carteira de ações também foi aprovada no banco, incluindo a necessidade de aprovação do conselho para operações e venda acima de um bilhão de reais.

Recentemente, um diretor ligado à área financeira, André Laloni, foi afastado após divergir do corpo técnico do BNDES sobre a forma de venda de papéis na carteira da instituição.

Segundo Montezano, um dos objetivos da redução da carteira de ações é redirecionar os recursos para financiamentos de infraestrutura e saneamento.

Apesar do discurso de foco mais social, o BNDES aprovou recentemente a liberação de um empréstimo de 3 bilhões de reais para a gigante de papel e celulose Klabin (KLBN11).

“Não é incoerência com nosso discurso. As empresas querem ter o BNDES no seu portfólio de passivos e, em alguns casos estamos emprestando até um pouco acima do mercado”, disse. “O banco vai continuar apoiando a indústria brasileira. Não estamos fazendo isso de forma subsidiada”, adicionou.

Sobre a operação de venda da participação do banco na JBS, Montezano não deu detalhes. A Reuters publicou essa semana que o banco começou a contratar bancos para coordenar a venda de papéis da JBS.

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