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Ambev quer sair da zona de conforto e combater a Heineken com foco no consumidor, diz BTG

27 set 2019, 15:07 - atualizado em 27 set 2019, 15:07
Ambev
A nova postura adotada pela companhia, centrada nas necessidades do consumidor, é exatamente o oposto do que a Ambev fez por anos, afirmaram os analistas do banco (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A Ambev (ABEV3) está se empenhando para sair de sua zona de conforto, avalia o BTG Pactual (BPAC11) em relatório obtido pelo Money Times.

Em um evento realizado pela companhia para investidores, ocorrido em seu novo centro de inovação, no Rio de Janeiro, a maior empresa cervejeira do país apresentou um portfólio diferente do seu habitual.

“A mudança do uso de tecnologia e mindset para uma companhia mais centrada no consumidor e na orientação da marca foram claros aspectos de como que a Ambev está diferente agora em relação à época em que eficiência, distribuição e escala eram seus principais atributos”, destacaram os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin.

Focada em atribuir a inovação como o principal condutor para os seus negócios, a Ambev reduziu o time to market (tempo entre a análise do produto e sua disponibilização para venda) de produtos, líquidos e embalagens de anos para meses, ao passo que também investiu em canais voltados para a experiência do cliente.

Premium e crescimento

Os produtos premium têm sido o alvo da atenção da companhia, pois neste segmento se pode obter o maior crescimento de longo prazo, segundo os analistas.

“Por outro lado, se parece haver um caminho seguro para acelerar o crescimento, também existe a possibilidade da Ambev ter perdido sua margem”, afirmou o banco.

Segundo o BTG, isso se torna mais evidente analisando o crescimento do consumo nacional de cerveja em novos pontos de venda (supermercados, hipermercados e quiosques), onde as barreiras de entrada e os custos envolvidos são diferentes dos tradicionais canais de distribuição (restaurantes e bares).

Foco no consumidor

Para Duarte e Brustolin, a nova postura adotada pela companhia, centrada nas necessidades do consumidor, é exatamente o oposto do que a Ambev fez por anos.

“Isso, somado à mudança dos hábitos do consumidor, continua desafiando o DNA da Ambev, baseada em eficiência de custos”, complementaram os analistas.

Beck’s x Heineken

A Ambev reafirmou sua convicção na estratégia do segmento premium, apostando em um portfólio de marcas completo capaz de suprir todas as necessidades, ocasiões de consumo e gostos.

Pensando nisso, a cervejaria lançou recentemente a Beck’s no Brasil, uma cerveja puro malte alemã que se encaixa entre as categorias premium e super premium.

“[A Beck’s] parece para nós uma oportunidade chave para desafiar a forte preferência do mercado pela Heineken no segmento”, avaliaram Duarte e Brustolin.

Brahma e Skol

“A introdução do SkolPuro Malte parece ter encerrado a queda do volume da marca até o momento, o que é uma boa notícia”, disse o BTG (Reprodução)

A companhia acredita que encaminhou solução para o seu principal problema: a Skol. Embora represente mais de 40% dos volumes e seja o principal componente para o crescimento da receita da Ambev, a marca se desvalorizou nos últimos tempos.

Para garantir que o público-alvo se mantenha fiel à Skol, a empresa deve adotar o mesmo método da Brahma, de criar sub-marcas enquanto mantém ativas as iniciativas digitais.

“A introdução do SkolPuro Malte parece ter encerrado a queda do volume da marca até o momento, o que é uma boa notícia”, disse o BTG. “Continuamos a acreditar que o segmento central continua sendo peça-chave para permitir que a Ambev alcance as expectativas do mercado”, concluíram os analistas.

A recomendação para as ações da Ambev é neutra, com preço-alvo de R$ 20. Caso as ações atinjam a estimativa, o papel deverá subir 2,4%, de acordo com o último fechamento.

 

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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