Alta das ações da Minerva e Marfrig por China está só no começo
As ações da Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) subiram forte nesta segunda-feira (9) em resposta ao anúncio de que a China autorizou 25 unidades de produção de carne a exportar ao país. O mercado avalia, contudo, que esta mudança de postura, esperada desde o início do ano para começar, deve resultar na liberação de mais frigoríficos até o final do ano.
O ministro da Agricultura, Orlando Ribeiro, disse hoje em um evento que “buscará a aprovação para que mais instalações de produção de carne possam exportar à China” e que o governo está trabalhando com o país asiático para introduzir um sistema de pré-aprovação aos estabelecimentos.
O otimismo de Ribeiro e do mercado vem do fato de que o Brasil havia entregue à China uma lista de aproximadamente 30 unidades frigoríficas para serem habilitadas a venderem para lá. Passados quatro meses, desde que a missão oficial do governo veio de lá, a China apresentou seu aval para 17 plantas, além seis de aves, uma de suínos e mais outra de jumentos.
Conforme apurou o Money Times, o ritmo decisório lento, inclusive a inspeção virtual nas plantas, deixou o mercado em expectativa muito grande, a ponto até de uma segunda visita da ministra da Agricultura e Pecuária (Mapa), Tereza Cristina, ter sido cancelada o mês passado. Chegou-se até duvidar de que pudesse haver alguma novidade antes da visita do presidente Jair Bolsonaro à China, em outubro.
“Enquanto a aprovação das novas plantas brasileiras por parte das autoridades chinesas era esperada desde o início do ano, os investidores não têm precificado este fato à diversos atrasos”, lembram os analistas Leandro Fontanesi e Ricardo França do Bradesco BBI.
O que foi aprovado
A Marfrig, que recebeu 2 novas liberações, passou para 11 unidades com permissão, sendo 5 no Brasil, 4 no Uruguai e 2 na Argentina. A estimativa de Fontanesi e França é de que a capacidade de exportação para a China cresça em 100%, cerca de 3 mil cabeças por dia.
A Minerva informou que as duas unidades liberadas hoje têm capacidade de abate de um total de 3.500 cabeças de gado por dia. Agora são 3 aprovadas pelos chineses. Considerando o Uruguai e a Argentina, o total vai a 7.
As duas unidades liberadas da BRF representam uma capacidade diária de abate de 300 mil aves e 5 mil suínos. A empresa, agora, tem 9 plantas autorizadas a exportar para a China, sendo 7 de aves e 2 de suínos. O Bradesco estima que isso represente um aumento de 50% na capacidade de exportação de suínos e de 30% para frangos.
A JBS não teve aprovações.
O que vem por aí
Para o Bradesco, a expectativa é de que mais plantas brasileiras possam ser aprovadas para exportarem para a China ainda em 2019. As estimativas levantadas no mercado chegam a 78.
É esperado também que a uma nova rodada de inspeções via videoconferências aconteça nas próximas semanas. Ou seja, ainda há espaço para novas altas em um fato longe de estar precificado corretamente pelo mercado.