Tava ruim, agora parece que piorou: conflito no Oriente Médio, alta do dólar, discurso de Powell, meta fiscal de 2025 e outras notícias que mexem com o seu bolso hoje

Caro leitor,

A melhor explicação para o que acontece nos mercados em 2024 não está em nenhum relatório de banco, mas no meme daquele senhor simpático — que seria forte candidato a um emprego de analista na Faria Lima:

“Já não tava muito bom, tava meio ruim também, tava ruim. Agora parece que piorou.”

A bolsa já não andava muito bem desde o início do ano, e ontem renovou as mínimas de 2024 em meio à ameaça de uma guerra ainda mais ampla no Oriente Médio.

A extensão da crise geopolítica após o ataque do Irã a Israel com drones no fim de semana ainda é incerta. Na dúvida, porém, os investidores correram para o porto seguro: os títulos do tesouro norte-americano.

Trata-se de uma concorrência quase desleal: fica difícil para a nossa bolsa competir com o Tesouro dos EUA pagando mais de 4,50% ao ano em dólar nos papéis de dez anos.

Por falar em dólar, a moeda norte-americana deu outra surra no real e fechou no patamar de R$ 5,18 — o maior desde outubro.

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E a situação que já estava ruim parece que ficou pior depois de o governo entregar os pontos e revisar para baixo a meta fiscal de 2025.

Mas depois da sequência negativa, a bolsa pode encontrar algum alento nesta terça-feira. A boa notícia vem da China, cujo PIB veio acima do esperado e subiu 5,3% no primeiro trimestre.

Com a agenda de indicadores mais fraca, as atenções do mercado também vão se voltar para o discurso do presidente do Fed (o BC norte-americano) nesta tarde.

As falas de Jerome Powell costumam deixar o mercado mais confuso que o senhor do meme. Mas um tom mais positivo do chefão do Fed deve trazer algum ânimo aos investidores.

Por tudo isso, vale a pena acompanhar a cobertura de mercados do Seu Dinheiro para saber se a bolsa vai melhorar, ficar ruim ou piorar ao longo do dia.

O que você precisa saber hoje

SPOILERS DA PLDO
Sem superávit: Haddad confirma meta fiscal de déficit zero em 2025 e planos para aumentar a arrecadação. Vale relembrar que, há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do PIB em 2025.

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS
Ataque do Irã foi ruim, mas poderia ter sido muito pior: não estamos diante da Terceira Guerra Mundial — mas veja como proteger seu dinheiro. Em outubro, após o ataque do Hamas, nosso colunista Matheus Spiess apontou um “Kit Geopolítico” para auxiliar investidores a navegar por esse ambiente incerto.

OS ALVOS DO BILIONÁRIO
‘Petróleo branco’, níquel e satélites: conheça os interesses de Elon Musk no Brasil. Entre os principais alvos do bilionário está a mineração, que abastece suas indústrias com materiais necessários para produção.

PRÉVIA OPERACIONAL
MRV (MRVE3) quebra recorde de vendas no Brasil, mas ainda “torra” milhões em caixa nos EUA. Na Resia, incorporadora norte-americana da MRV, há uma regra de ouro: não queimar caixa em 2024. Mas a diretriz ainda não foi refletida nos resultados do 1T24.

RANKING
O Galaxy desbanca o iPhone: Apple (AAPL34) perde a liderança global de smartphones no 1T24. Embora o setor esteja em crescimento, a gigante de tecnologia apresentou uma queda de quase 10% nas remessas de iPhone no primeiro trimestre do ano.

Aquele abraço e uma ótima terça-feira!