Zona do Euro tem que continuar investindo durante desaceleração e ajudar BCE contra a inflação, diz Comissão Europeia
Os governos da zona do euro devem coordenar as políticas fiscais para 2023 para não colidirem com os esforços do Banco Central Europeu de conter a inflação e precisam manter o investimento durante a esperada desaceleração econômica, disse a Comissão Europeia nesta terça-feira.
As recomendações da Comissão para os 19 países que compartilham o euro fazem parte da coordenação anual da União Europeia, sob a qual o braço executivo do bloco elabora a melhor combinação de políticas econômicas para a zona como um todo.
A coordenação é ainda mais importante este ano por causa da guerra na Ucrânia, a consequente crise de preços de energia e a esperada recessão técnica na Europa, desafios aos quais os diferentes países da zona do euro geralmente respondem de maneira diferente.
“A economia enfrenta um ano de desafios. Mas se permanecermos unidos e buscarmos uma resposta coordenada, estaremos bem posicionados para enfrentá-los”, disse o comissário de Economia, Paolo Gentiloni.
“Os países da zona do euro devem evitar uma expansão fiscal ampla e, ao mesmo tempo, fornecer apoio direcionado aos mais vulneráveis”, disse ele em entrevista coletiva.
Um problema importante é o tamanho do suporte que os governos fornecem às famílias e empresas para lidar com os altos custos de energia, com o mais rico, a Alemanha, oferecendo um pacote de ajuda com mais do que o dobro do tamanho de seus pares ricos, França e Itália.
Tal apoio não apenas distorce a concorrência no mercado único da União Europeia, mas também atua como um estímulo fiscal e funciona contra os esforços do BCE para reduzir a inflação recorde, disse a Comissão.
O efeito negativo é amplificado pelo fato de que 70% das medidas de apoio do governo são amplas e difíceis de remover, em vez de temporárias e direcionadas aos mais vulneráveis da economia, disse a Comissão.
“Os Estados membros da zona do euro devem continuar a coordenar as políticas fiscais para apoiar o retorno oportuno da inflação à meta de médio prazo de 2% do Banco Central Europeu”, afirmou.
A Comissão também insistiu que os governos não cortem o investimento público quando a economia entrar em recessão técnica, que é definida como dois trimestres consecutivos de contrações, uma tarefa que seria muito mais fácil com concessões disponíveis do fundo de recuperação pós-pandemia da União Europeia.
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