Zona do Euro pressiona Holanda e Alemanha a gastarem mais
A Alemanha e a Holanda, que têm superávits orçamentários, deveriam investir mais para ajudar a impulsionar o crescimento econômico doméstico e em toda a Zona do Euro, disseram autoridades do bloco monetário nesta quarta-feira, ecoando um pedido do Banco Central Europeu no mês passado.
O crescimento econômico da Zona do Euro está diminuindo à medida que sua maior economia, a Alemanha, oscila à beira de uma recessão, mantendo a inflação fraca. Mas, apesar do pedido do BCE por estímulo fiscal, a Zona do Euro não está planejando nenhuma ação em conjunto.
Em vez disso, as principais autoridades da Zona do Euro pressionaram a Alemanha e a Holanda a usarem seu “espaço fiscal” – jargão da UE para finanças públicas sólidas – para investir mais e impulsionar o crescimento em suas próprias economias e em toda a zona do euro.
“Existem dois tipos de países – aqueles que precisam ir além com seus esforços fiscais e aqueles que precisam investir em crescimento. Ou seja, a Alemanha e a Holanda precisam entender isso, porque é do seu próprio interesse e do interesse coletivo da Zona do Euro”, disse o comissário europeu para Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici.
Em um documento, o braço executivo da União Europeia afirmou que a desaceleração da economia da Zona do Euro precisa de estímulo fiscal preventivo ou enfrentará um longo período de baixo crescimento, e acrescentou que a atividade econômica não vai se recuperar este ano.
O documento da Comissão sublinhou que os governos devem agir rapidamente, porque leva tempo para que as mudanças nas políticas fiscais mostrem resultado na economia.
No entanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, resistiu aos apelos para elaborar um pacote de estímulo fiscal para seu país, e algumas autoridades disseram que mesmo dois trimestres seguidos de contração no PIB – uma recessão – podem não ser suficientes para fazer Berlim abrir a carteira.
A Comissão Europeia completou que, para estimular o crescimento, uma maior flexibilização da política monetária pelo BCE seria menos eficaz e teria maiores efeitos colaterais indesejados do que o estímulo fiscal dos governos, que agora teriam melhor resultado do que nos momentos econômicos normais.