Zona do Euro precisa de juros ainda mais altos e política fiscal mais rígida, diz FMI
O Banco Central Europeu (BCE) deveria continuar elevando os juros para conter a inflação e os governos da Zona do Euro deveriam reduzir os déficits orçamentários para criar espaço fiscal no futuro, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira.
Em uma revisão regular da economia dos 20 países que compartilham o euro, o FMI também disse que os governos da União Europeia devem concordar rapidamente com uma reforma, agora em discussão, das regras fiscais e de dívida do bloco que sustentam o valor do euro.
“A política monetária tem que continuar apertada para levar a inflação para a meta em tempo hábil”, disse o FMI no relatório, apresentado aos ministros das Finanças da zona do euro e ao BCE.
- Clique no video abaixo e saiba com o analista Enzo Pacheco porque o dólar pode chegar a R$ 4,50. Assista ao Giro do Mercado de segunda a sexta-feira ao meio dia no nosso canal do Youtube, com as melhores análises e recomendações de investimentos do mercado. Inscreva-se aqui.
O BCE elevou os custos de empréstimos para seu nível mais alto em 22 anos na quinta-feira e disse que a inflação alta garante outro movimento no próximo mês e provavelmente depois disso também.
O aumento de 0,25 ponto percentual foi a oitava alta consecutiva dos juros pelo BCE desde que errou no cálculo sobre a severidade dos aumentos de preços no início do ano passado, e elevou sua taxa de juros para 3,5%, um nível não visto desde 2001.
O FMI pediu aos governos da zona do euro que ajudem o BCE cortando gastos, porque o crescimento econômico deve aumentar de forma modesta neste ano e no próximo, apesar do aperto nas condições financeiras.
“A consolidação fiscal também deve prosseguir para aliviar as pressões inflacionárias e reconstruir o espaço fiscal”, disse o FMI.
A Comissão Europeia previu em maio que as finanças públicas da zona do euro melhorariam, com o déficit orçamentário agregado encolhendo para 3,2% do PIB neste ano, de 3,6% no ano passado, e recuando para 2,4% do PIB em 2024.
O Fundo pediu aos governos da UE que concluam a reforma em andamento das regras fiscais do bloco, que foram implementadas para evitar empréstimos excessivos por parte dos governos.