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‘Zillennials’ devem mudar investimentos para sempre, diz BofA

19 nov 2020, 12:18 - atualizado em 19 nov 2020, 12:18
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Os setores mais favorecidos incluem comércio eletrônico, pagamentos, luxo, mídia e ESG (Imagem: Unsplash/@wyron)

Comer carne está por fora, mas a vergonha de voar agora é moda. A geração Z está transformando o mundo, e investidores precisam estar preparados.

Ao atingir a maioridade, esse novo grupo – os chamados “Zillennials” – vai eclipsar os alardeados millennials, impulsionar mercados emergentes e ajudar o desempenho dos setores preferidos, já que outras empresas mais ultrapassadas estão propensas a cair no esquecimento, segundo relatório de pesquisa recente do Bank of America.

“A revolução da geração Z está começando, pois a primeira geração nascida em um mundo online agora entra na força de trabalho e obriga outras gerações a se adaptarem a ela, e não vice-versa”, disseram estrategistas liderados por Haim Israel.

A geração Z – o grupo nascido entre 1996 e 2016 – está a caminho de ultrapassar os millennials em renda até 2031, segundo o relatório do BofA. Nove em cada dez vivem em mercados emergentes, e a Índia responde por cerca de 20% do total. Países como México, Filipinas e Tailândia também deverão se beneficiar com a mudança.

Os setores mais favorecidos incluem comércio eletrônico, pagamentos, luxo, mídia e ESG (sigla para padrões ambientais, sociais e de governança), de acordo com o BofA, enquanto segmentos como álcool, carnes, carros e viagens podem ficar para trás.

O BofA conduziu uma pesquisa com mais de 14 mil indivíduos da geração Z em agosto. Entre algumas das conclusões: a maioria tem algum tipo de restrição às carnes e muitos não bebem.

Além disso, 40% dos jovens de 16 a 18 anos preferem interagir virtualmente com amigos em comparação com 35% dos millennials e 30% da geração X.

Segundo o BofA, as implicações de investimento podem incluir o ativismo sustentável impulsionado por consumidores, o que representaria riscos para setores vistos como “prejudiciais”, como o fast fashion.

Há um foco crescente na Ásia-Pacífico, que responde por 37% da renda da geração Z. Essa parcela deve aumentar para 41% até 2040.

O setor de companhias aéreas e viagens pode ser afetado por preocupações com sustentabilidade à medida que a “vergonha de voar” se torna mais prevalente.

E o BofA já alerta que é preciso estar atento à “geração Covid”.

“É a geração que só conhecerá a solução de problemas por meio de estímulos fiscais e dinheiro grátis do governo, potencialmente abrindo caminho para a renda básica universal e o acesso à saúde”, disseram os estrategistas.

“A geração C será incapaz de viver sem tecnologia em todos os aspectos de suas vidas” e “seus avatares irão protestar virtualmente no mundo da realidade total online com seus amigos sobre o movimento cultural mais recente”.