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Zema admite dificuldade política para privatizar Cemig, prioriza venda da Codemig

27 maio 2020, 12:59 - atualizado em 27 maio 2020, 12:59
Romeu Zema
“A privatização sempre fez parte de nossa pauta. Infelizmente, até o momento, não houve clima político”, disse Zema (Imagem: Facebook)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), admitiu nesta quarta-feira que tem encontrado dificuldades políticas para levar adiante o plano de privatizar a elétrica estadual Cemig (CMIG3) e disse que o foco de sua gestão no momento é a venda da Codemig, que tem direitos de exploração de nióbio.

No começo do ano passado, executivos da Cemig chegaram a apontar a expectativa de que a privatização da empresa pudesse avançar na Assembleia Legislativa do Estado ainda em 2019, mas o governo mineiro ainda não apresentou um projeto sobre a desestatização até agora.

“A privatização sempre fez parte de nossa pauta. Infelizmente, até o momento, não houve clima político, o mineiro tem ainda um apego muito grande, principalmente à Cemig”, disse Zema, ao participar de transmissão ao vivo da Genial Investimentos.

“Nós temos privilegiado a privatização da Codemig, que é uma empresa desconhecida, porque detém apenas os direitos minerários do nióbio. Mas a pauta do meu governo realmente é privatizar todas empresas”, acrescentou.

A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) é uma empresa de capital misto. A empresa dedica-se à exploração de nióbio em Araxá em parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).

No caso da Cemig, que tem ativos de geração e transmissão de energia e é responsável pela distribuição de eletricidade em Minas, uma desestatização exigiria aprovação em plebiscito popular ou uma mudança na Constituição estadual para retirar essa obrigação.

No caso da Cemig uma desestatização exigiria aprovação em plebiscito popular ou uma mudança na Constituição estadual (Imagem: Reprodução/YouTube Cemig)

Analistas políticos já projetavam que o governo de Zema deveria ter desafios para levar a venda da elétrica adiante, em meio à falta de base política da gestão no Legislativo e à importância simbólica para os mineiros da companhia, criada em 1952 pelo então governador estadual Juscelino Kubitschek, conforme publicado pela Reuters em agosto passado.

Zema disse que o plano para a venda da estatal envolverá mudança constitucional, uma vez que avalia que uma votação popular sobre o destino da companhia seria “extremamente onerosa e complexa”.

Ele também afirmou que teve muitas dificuldades no relacionamento com a Assembleia Legislativa, principalmente até o final do primeiro trimestre deste ano, quando promoveu mudanças em suas lideranças políticas.

“Como o Partido Novo não havia assumido nenhum cargo político, não tínhamos ninguém com histórico político. Somos todos novatos na questão de carreira política”, explicou.

“Desde março… o relacionamento com a Assembleia melhorou bastante… até o recesso de meio do ano teremos um grande avanço, principalmente na votação das reformas estruturais”, afirmou o governador.

Ele não apontou, no entanto, cronogramas estimados para o andamento das desestatizações da Cemig e da Codemig.