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YouTube ampliou regras para englobar eleição de 2014 antes de remover vídeo de Bolsonaro com embaixadores

31 ago 2022, 15:41 - atualizado em 31 ago 2022, 15:41
Youtube
A plataforma, de propriedade da Alphabet, afirmou em entrevista coletiva na sede do Google, em São Paulo, que não comenta casos específicos, mas disse que a mudança na regra ocorreu em agosto (Imagem: Pixabay)

O Youtube ampliou em agosto suas regras de proibição à desinformação eleitoral para incluir o pleito brasileiro de 2014 antes de remover da plataforma o vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro fez alegações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiros a embaixadores que representam governos estrangeiros no Brasil.

A plataforma, de propriedade da Alphabet, afirmou em entrevista coletiva na sede do Google, em São Paulo, que não comenta casos específicos, mas disse que a mudança na regra ocorreu em agosto.

“A gente não comenta casos específicos, mas é importante lembrar que a gente teve uma atualização nas nossa política de integridade eleitoral, com relação à inclusão das eleições de 2014”, disse na entrevista a gerente de Políticas Públicas do YouTube no Brasil, Alana Rizzo.

“A gente tinha lançado a política no início do ano com 2018 e a inclusão agora das eleições de 2014.”

Rizzo explicou que as políticas do YouTube estão em constante evolução e que, ao realizar as alterações, é levado em conta o que está sendo observado dentro da plataforma, assim como o diálogo que o YouTube realiza frequentemente com atores externos.

Atualmente, a Política Sobre Desinformação em Eleições proíbe a divulgação de “conteúdo com alegações falsas de que fraudes, erros ou problemas técnicos generalizados ocorreram em eleições nacionais certificadas. Ou conteúdo que afirma que os resultados certificados dessas eleições são falsos. Atualmente, essa política se aplica a: qualquer eleição presidencial dos EUA; eleições federais da Alemanha de 2021; eleições presidenciais do Brasil de 2014 e 2018”.

Até a mudança realizada neste mês, essa política referia-se apenas, ao tratar de Brasil, das eleições presidenciais de 2018.

Na reunião com embaixadores, realizada em julho, Bolsonaro repetiu alegações falsas sobre fraudes nas eleições de 2014, vencidas por Dilma Rousseff (PT), e mais uma vez levantou suspeitas sem fundamento contra as urnas eletrônicas.

Além da remoção de vídeos que violam as políticas da plataforma, Rizzo afirmou que o YouTube também atua para reduzir o alcance de conteúdo que ficam no limite de violar as regras, o que ela chamou de “borderline”.

“Aquele conteúdo que não viola as nossas regras, mas que a gente considera que é um conteúdo ‘borderline’, que quase viola as nossas regras, não viola, mas a gente não gostaria de dar destaque, a gente reduz o alcance deste conteúdo”, explicou.

“Desde que a gente começou a fazer esses esforços, o que a gente tem visto é uma queda de mais de 70% neste tipo de conteúdo. Hoje esse conteúdo que a gente considera ‘borderline’ está em menos de 0,5% das visualizações do YouTube”, afirmou.

Após a decisão do YouTube de remover o vídeo de Bolsonaro com embaixadores, o ministro Mauro Campbell, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a remoção do vídeo da reunião de Bolsonaro com embaixadores das redes sociais e das plataformas digitais, atendendo a pedido feito pelo PDT. A decisão de Campbell foi confirmada por unanimidade pelo plenário da corte eleitoral na noite de terça-feira.

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