Internacional

Yellen pede relações econômicas “construtivas e justas” dos EUA com a China

20 abr 2023, 11:14 - atualizado em 20 abr 2023, 11:14
Macro EUA Yellen
Yellen declarou que as prioridades econômicas do governo Biden na China incluem garantir os interesses de segurança nacional dos EUA, promover uma competição “saudável” e cooperar (Imagem: REUTERS/Samuel Rajkumar)

Os Estados Unidos buscam laços econômicos “construtivos e justos” com a China, mas protegerão seus interesses de segurança nacional e reagirão contra as ações da China para dominar concorrentes estrangeiros, disse a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em um discurso nesta quinta-feira.

Em trechos divulgados pelo Tesouro, Yellen expôs os principais objetivos do governo Biden para o relacionamento econômico entre as duas maiores economias do mundo em meio a tensões contínuas que têm frustrado reuniões de alto nível.

Yellen, que disse que ainda espera visitar Pequim para se encontrar com suas contrapartes econômicas, afirmou que os Estados Unidos continuam sendo a maior e mais dinâmica economia do mundo, liderando em áreas que vão desde riqueza até inovação tecnológica.

  • Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

“Mais do que recursos ou geografia, o sucesso de nosso país pode ser atribuído a nosso povo, valores e instituições. A democracia americana, embora não seja perfeita, protege a livre troca de ideias e o estado de direito que é a base do crescimento sustentável”, disse ela nas observações preparadas para a Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins.

Yellen declarou que as prioridades econômicas do governo Biden na China incluem garantir os interesses de segurança nacional dos EUA, promover uma competição “saudável” e cooperar, sempre que possível, em questões globais como mudança climática, alívio da dívida e estabilidade macroeconômica.

Mas Washington comunicará claramente suas preocupações sobre o aumento do apoio da China a empresas estatais e empresas privadas nacionais para dominar concorrentes estrangeiros, bem como seus esforços “agressivos” para adquirir novo know-how, inclusive por meio de roubo de propriedade intelectual e “outros meios ilícitos”.

“Não hesitaremos em defender nossos interesses vitais”, disse ela, ressaltando que as ações de Washington contra a China foram motivadas apenas por preocupações com a segurança e os valores dos EUA, e o objetivo não era obter uma vantagem econômica competitiva.

Ela afirmou que Washington não abrirá mão dessas preocupações, mesmo quando forçam negociações com os interesses econômicos dos EUA.

Ao mesmo tempo, ela disse que o governo Biden não está buscando uma competição do tipo “o vencedor leva tudo” e acredita que uma competição econômica saudável com um conjunto justo de regras poderia beneficiar os dois países ao longo do tempo.

“As equipes esportivas têm um desempenho de alto nível quando enfrentam consistentemente os principais rivais. As empresas produzem produtos melhores e mais baratos quando competem pelos consumidores”, declarou ela.

Ela também instou a China a cumprir sua promessa de trabalhar com os Estados Unidos em questões macroeconômicas e desafios globais urgentes, como mudança climática e sobreendividamento.

“Mais precisa ser feito”, disse ela. “Pedimos à China que cumpra sua promessa de trabalhar conosco nessas questões -não como um favor para nós, mas por nosso dever e obrigação conjuntos com o mundo.”