Yellen pede reforma do Banco Mundial para enfrentar desafios globais
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, defendeu nesta quinta-feira que o Grupo Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento reformulem seus modelos de negócios, de forma a passar de um financiamento específico para cada país ao atendimento das necessidades globais, como mudanças climáticas e a exploração de mais capital privado.
Em comentários preparados para um discurso antes das reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), Yellen disse que pedirá à administração do Banco Mundial que desenvolva um “roteiro de evolução” para mudanças até dezembro, com o “trabalho mais profundo” devendo começar na primavera (no Hemisfério Norte) de 2023.
“Para acelerar esse trabalho, minha equipe intensificará nosso envolvimento com os acionistas e a administração do Banco Mundial”, disse Yellen.
“O mundo não pode se dar ao luxo de atrasar ou diminuir nossas ambições.”
Seu pedido vem apenas algumas semanas depois que o presidente do Banco Mundial, David Malpass, foi duramente criticado por se recusar a dizer se aceita o consenso científico sobre o aquecimento global.
Yellen disse que o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento precisam adotar metas mais fortes para mobilizar o financiamento privado e implantar uma gama mais ampla de instrumentos, incluindo garantias de empréstimos e produtos de seguro.
“Dada a escala dos desafios, os bancos de desenvolvimento devem continuar a explorar inovações financeiras para ampliar com responsabilidade seus balanços existentes”, disse Yellen.
Ela disse que os bancos de desenvolvimento precisam preservar sua capacidade de tomar empréstimos dos mercados financeiros nos mercados financeiros, mas não mencionou o debate sobre se eles poderiam aceitar classificações de crédito mais baixas.
Sobre questões macroeconômicas, Yellen disse que a principal prioridade para os países que enfrentam inflação alta é retornar a um ambiente de preços estáveis –uma luta que ela disse ser responsabilidade principalmente dos bancos centrais.
Ela disse que as democracias ricas do G7 “se comprometeram com taxas de câmbio determinadas pelo mercado. Mas estamos atentos às consequências políticas dos movimentos das taxas de câmbio”.
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