Yellen pede que G20 aumente ajuda para insegurança alimentar e oferece congelamento da dívida
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, pediu nesta terça-feira aos ministros das Finanças e da Agricultura do Grupo dos 20 (G20) que tomem medidas urgentes para ajudar as 70 milhões de pessoas em risco de insegurança alimentar aguda como resultado da guerra do presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia.
Yellen disse na reunião inaugural dos ministros de finanças e agricultura do G20 que Putin e seus funcionários, incluindo aqueles que participam de reuniões em Washington nesta semana, são responsáveis pelo “imenso sofrimento humano” causado pela guerra, disse uma autoridade do Tesouro.
A secretária do Tesouro afirmou que o bloqueio de portos e a destruição da infraestrutura agrícola pela Rússia interromperam as cadeias globais de fornecimento e a produção de alimentos, com o impacto sentido particularmente nos países em desenvolvimento que a Rússia “falsamente afirma apoiar”.
Ela enfatizou que as sanções dos EUA à Rússia não visam a produção, fabricação, venda ou transporte de commodities agrícolas, incluindo fertilizantes, e insistiu às autoridades do G20 que garantam que suas indústrias saibam que as sanções não devem impedir o fluxo de commodities agrícolas para aqueles que mais precisam.
Ela também pediu aos países do G20 que aumentem a ajuda financeira a iniciativas como o Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar, ao qual Washington acaba de doar 155 milhões de dólares, e que evitem todas as restrições à exportação de alimentos.
Os Estados Unidos anunciaram quase 10 bilhões de dólares em assistência este ano para fornecer apoio crítico a países com insegurança alimentar, disse Yellen.
Washington também apoiará congelamentos temporários de dívidas para países que precisam de alívio e buscaram ajuda sob a Estrutura Comum do G20 adotada no final de 2020, disse ela.
O grupo como um todo ofereceu um congelamento nos pagamentos de dívidas a países de baixa renda de maio de 2020 até o final de 2021, suspendendo 12,9 bilhões de dólares em endividamentos, mas se recusou a estendê-lo até 2022.