Yellen diz que vai julgar sucesso de estímulo por retorno a nível pré-pandemia de desemprego
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou nesta segunda-feira que irá julgar o sucesso do plano de estímulo do presidente Joe Biden de acordo com a rapidez com que ele retornar a economia para níveis pré-pandemia de desemprego.
Falando em evento online do New York Times, Yellen também minimizou os elevados níveis de dívida que o plano de 1,9 trilhões de dólares sendo debatido no Congresso implicariam.
Ela disse que, devido aos juros baixos, os gastos com juros dos EUA como proporção do PIB estão nos níveis de 2007.
A atual taxa de desemprego nos EUA é de 6,3%, em comparação com 3,5% de antes da pandemia –nível amplamente considerado como pleno emprego. Mas Yellen disse que, como 4 milhões de pessoas abandonaram a força de trabalho por causa das responsabilidades de cuidados infantis durante a pandemia de Covid-19, a taxa efetiva de desemprego está perto de 10%.
“O sucesso para mim seria se pudéssemos voltar aos níveis de desemprego anteriores à pandemia e ver o reemprego daqueles que perderam trabalho no setor de serviços, particularmente –eu também os consideraria uma medida de sucesso.”
Yellen disse que, se o governo federal não gastar o dinheiro necessário para colocar a economia de volta aos trilhos rapidamente, isso afetará a solidez fiscal dos EUA, citando a longa e lenta recuperação da crise financeira de 2008-2009.
“Portanto, por ter uma economia mais forte, o dinheiro gasto parcialmente se paga”, disse Yellen.
Ela disse que métricas tradicionais na avaliação da dívida, como a relação dívida/PIB de 100% dos EUA, são menos relevantes em um ambiente de taxas de juros muito baixas.
Uma “métrica mais importante” são os pagamentos de juros da dívida federal como parcela do PIB, proporção que, em torno de 2%, não está maior do que em 2007, quando as taxas de juros eram substancialmente mais altas.
O Tesouro está tentando tirar vantagem dessas taxas emitindo títulos de longo prazo, disse Yellen. Questionada sobre se o Tesouro consideraria um título de cem anos, ela disse que o mercado para esse vencimento provavelmente seria “muito pequeno” com “juros limitados”.