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Yduqs, Cruzeiro do Sul ou Ânima: qual mandou melhor no segundo trimestre?

18 ago 2021, 13:31 - atualizado em 18 ago 2021, 13:37
Educação
As empresas ainda apresentam dificuldades na captação de alunos, na inadimplência e na evasão devido à crise (Imagem: Pixabay)

O setor de educação ainda não se recuperou completamente do baque da pandemia da Covid-19. De acordo com levantamento da Economática, o segmento foi o único a registrar prejuízo no segundo trimestre, com R$ 66 milhões, mesmo assim uma redução de 324% ante mesmo período do ano passado. 

As empresas apresentam dificuldades na captação de alunos, na inadimplência e na evasão devido à crise.

Para se ter uma ideia, o número de inscritos do Enem de 2020 foi o menor desde 2005, o que dá a dimensão do tamanho do desafio que as empresas irão enfrentar.

Apesar disso, a Genial afirma que essa crise é passageira. Com a vacinação ganhando força e o possível começo da normalidade, o setor deverá se recuperar com mais força.

“As empresas não passaram por esse período estagnadas. Elas aproveitaram esses difíceis dois últimos anos para reestruturar suas operações, focando nas vertentes que trarão uma maior rentabilidade futura. Ainda mais, com a maior aceitação do EAD, esperamos uma virada significativa no setor, com empresas investindo mais nessa modalidade”, aponta.

Veja a seguir qual a empresa fez a alegria dos investidores

Yduqs fez bonito

A Yduqs (YDUQ3) não deixou a desejar no segundo trimestre e entregou aquilo que havia prometido nas suas projeções.

A companhia teve lucro líquido de R$ 116,5 milhões no trimestre. Analistas, em média, esperavam resultado positivo de R$ 145,5 milhões, segundo dados da Refinitiv.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) disparou três vezes, atingindo R$ 349 milhões.

A Ágora destaca que o forte crescimento da receita de 17% foi puxado pelos segmentos de ensino à distância (DL) e premium. Ao todo, o Ead teve admissão de 125 mil alunos.

“Os resultados do segundo trimestre da Yduqs vieram principalmente em linha com as expectativas e estavam dentro do intervalo de orientação anterior da empresa para o primeiro semestre”, afirma.

Já o BB Investimentos lembra que o ensino digital tem enfrentado maior competição e, por isso, o ticket médio tem sido mais pressionado, enquanto o presencial vem apresentando recuperação.

Yduqs
Apesar de admitir que os números foram fortes, o BTG não vê catalisadores para as ações no curto prazo (Imagem: Divulgação/Estácio)

Apesar disso, a corretora diz que os indicadores operacionais de base de alunos e ticket médio, por exemplo, nos resultados indicam que a retomada à normalidade parece cada vez mais factível, “ainda mais considerando o avanço da vacinação e o maior controle da pandemia no país”.

“A retomada gradual do ensino presencial também deve trazer contribuição positiva desta unidade de negócios para o aumento de receitas”, completa.

Apesar de admitir que os números foram fortes, o BTG não vê catalisadores para as ações no curto prazo.

“Os resultados do primeiro semestre não foram tão fracos quanto nos trimestres anteriores, mas ainda são uma prova do cenário desafiador atual. Até que vejamos um ponto de inflexão claro para a geração de fluxo de caixa livre da empresa, permanecemos neutros devido ao fraco momento de lucros”, diz. 

O banco cortou o preço-alvo de R$ 30 para R$ 28.

Veja as recomendações

Corretora Recomendação Preço-alvo
XP Compra R$ 50,7
BTG Neutro R$ 28
Genial Compra R$ 43
BB Investimentos Compra R$ 43

 

Ânima Educação
A empresa teve crescimento de 42,3% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre de 2021 ante igual período de 2020, (Imagem: Facebook/Ânima Educação)

Ânima dá bons sinais

Na visão do BTG, a Ânima (ANIM3) reportou sólidos resultados no segundo trimestre, ligeiramente poluídos pela enorme integração da Laureate em junho (ou seja, apenas um mês de consolidação), mas marcados por forte crescimento de DRE e geração de fluxo de caixa livre.

A empresa teve crescimento de 42,3% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre de 2021 ante igual período de 2020,

A receita líquida mostrou crescimento de 64,5% no comparativo anual e atingiu R$ 586 milhões. O bom resultado se deve principalmente à expansão da base de alunos advindos das aquisições.

Segundo a XP, os números parecem inspiradores, com margem bruta de 63,8%. “Vemos a empresa com margens ainda melhores ao capturar as sinergias da aquisição da Laureate”, aponta.

Já a Genial destacou o crescimento da base que superou 320 mil alunos, valorização de 178,5% ao ano.

“Com isso, eles se consolidam como uma companhia de escala significativa no mercado educacional, se tornando um dos players mais relevantes de educação de qualidade no país. Destacamos ainda a qualidade acadêmica como um diferencial competitivo”, argumenta.

Para o Itaú BBA, os resultados vieram em linha com as expectativas, com recentes aquisições integradas que alimentam o crescimento da receita e compensam os menores volumes orgânicos.

“Além disso, damos as boas-vindas às eficiências contínuas resultantes da implementação do novo modelo acadêmico (E2A) e estamos ansiosos para ver essa tendência continuar avançando. Também monitoramos as sinergias da integração dos ativos nos próximos períodos”, completa.

Veja as recomendações

Corretora Recomendação Preço-alvo
XP Compra R$ 15
BTG Compra R$ 15
Genial Compra R$ 17
Itaú BBA Compra R$ 19

 

Cruzeiro do Sul Educacional
A empresa lucrou R$ 28 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 49 milhões do ano passado (Imagem: Facebook/ Cruzeiro do Sul)

Cruzeiro do Sul: a favorita

A Cruzeiro do Sul (CSED3) é a favorita do BTG para capturar os ganhos do setor. Segundo o banco, embora os resultados do segundo trimestre não tenham surpreendido, eles foram muito consistentes e sólidos, mostrando resiliência de margem.

“Acima de tudo, gostamos de saber que o ciclo de admissão do segundo semestre mostra indicadores positivos e uma recuperação no segmento presencial. Negociando em um valuation atraente”, pontua.

A empresa lucrou R$ 28 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 49 milhões do ano passado. Ao excluir a amortização intangível e os pequenos itens únicos, o lucro sobe para R$ 45 milhões.

A receita ficou em R$ 478 milhões, estável ante o mesmo período do ano passado, prejudicado por uma contração na base de alunos no segmento presencial e descontos concedidos por decisões judiciais.

O BTG tem recomendação de compra a Cruzeiro do Sul, com preço alvo de R$ 18.

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