Yduqs aposta em medicina para atenuar efeito da pandemia
A empresa brasileira de educação Yduqs (YDUQ3) está apostando em seus cursos superiores de medicina e faculdades premium para compensar o impacto da pandemia.
“É fato que veremos um declínio nas captações no presencial durante o primeiro semestre”, disse o CEO Eduardo Parente em uma entrevista. “E certamente não será uma queda de um dígito.”
O Brasil vive atualmente sua pior fase do pandemia, levando as autoridades locais a impor algumas das medidas mais duras até agora. Casos e mortes aumentaram após os encontros de fim de ano e festividades clandestinas de carnaval, enquanto uma nova variante, mais transmissível, acelera contágio.
Esta semana, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz disse que o país enfrenta o maior colapso sanitário e hospitalar de sua história. Os casos diários superaram os 75.000, e as mortes ficaram acima de 2.000 durante vários dias na semana passada.
A empresa sediada no Rio de Janeiro postou um prejuízo líquido de R$ 102,6 milhões (US$ 19 milhões) no quarto trimestre, frustrando estimativas de lucro de R$ 60,7 milhões.
A Yduqs viu mais alunos desistindo do sonho da educação superior no segundo semestre de 2020 por causa da crise sanitária e econômica, e Parente disse que descontos obrigatórios nas mensalidades aumentaram a pressão sobre os números. Essa tendência deve diminuir este ano, acrescentou.
A crise da Covid teve “impacto zero” nos cursos mais caros da empresa, que incluem medicina e os da faculdade do Ibmec, que tem unidades em algumas das principais capitais do país.
A Yduqs teve um crescimento de 34% no número de alunos em seus cursos de medicina, que custam R$ 8.700 por mês em mensalidades – cerca de oito vezes o salário mínimo do Brasil.
A empresa planeja adicionar mais 250 vagas em Medicina em meio à forte demanda, disse Parente. Ele descartou fazer isso por meio de aquisições, dizendo que o foco está no crescimento orgânico, já que o custo por assento dos negócios envolvendo cursos de medicina está muito alto.