AgroTimes

Yara e Enbridge planejam fábrica de amônia de US$ 2,9 bi no Texas

31 mar 2023, 9:48 - atualizado em 31 mar 2023, 9:48
Yara
A fabricante de fertilizantes Yara pretende comprar toda a produção da planta e fornecer amônia de baixo carbono como matéria-prima em seu sistema de produção global (Imagem: Reuters/Victora Klesty)

A norueguesa Yara e a canadense Enbridge planejam investir até 2,9 bilhões de dólares para construir uma planta de produção de amônia azul de baixo carbono no Texas, disseram as empresas nesta sexta-feira.

Diferentemente da amônia verde, derivada de energia renovável, a amônia azul é produzida a partir do gás natural, com o subproduto dióxido de carbono (CO2) capturado e armazenado.

A planta, que será a maior da Yara, será construída no Enbridge Ingleside Energy Center, perto de Corpus Christi, no Texas, com o início da produção planejado para 2027-28, disseram as empresas.

A Yara, que já tem participação majoritária em uma instalação em Freeport, mais ao longo da costa do Golfo, é a mais recente empresa europeia a anunciar um grande investimento nos Estados Unidos.

Embora o projeto tenha sido planejado muito antes da Lei de Redução da Inflação (IRA) dos EUA do ano passado, o aumento dos créditos fiscais associados a armazenamento de carbono nessa lei o tornou ainda mais atraente, disse a empresa norueguesa.

A Yara também pretende aproveitar os baixos preços do gás nos Estados Unidos, disse Magnus Krogh Ankarstrand, presidente da Yara Clean Ammonia.

“Focamos nos Estados Unidos por dois motivos: o primeiro são os preços baixos da energia, naturalmente, e o outro é que a captura de carbono é acessível a um custo atraente”, disse ele à Reuters.

A fabricante de fertilizantes Yara pretende comprar toda a produção da planta e fornecer amônia de baixo carbono como matéria-prima em seu sistema de produção global, incluindo a Europa, além de atender a novos mercados para amônia limpa, como combustível para navios.

A planta será capaz de fornecer de 1,2 milhão a 1,4 milhão de toneladas de amônia de baixo carbono por ano.

Espera-se que cerca de 95% do CO2 gerado no processo de produção seja capturado e transportado para armazenamento geológico permanente.

A empresa listada em Oslo cortou no ano passado grande parte de sua produção europeia, alegando altos custos de energia, e atualmente importa cerca de 1 milhão de toneladas de amônia para a Europa por ano.