Comprar ou vender?

XPart pode ser o fiel da balança para a Itaúsa

18 fev 2021, 15:31 - atualizado em 18 fev 2021, 19:18
Segundo o Santander, a Itaúsa poderá tanto ficar abaixo do Itaú, com os investidores usando a holding para capturar o crescimento do banco, como a Itaúsa poderia superar o Itaú (Imagem: Itaúsa)

A nova empresa oriunda da cisão da participação do Itaú (ITUB4) na XP (XP), chamada de XPart, será decisiva para o desempenho da Itaúsa (ITSA4) nos próximos meses, aponta o Santander em relatório enviado a clientes.

“Nossa melhor estimativa é que possamos ver uma mudança na estrutura da Itaúsa, com alguns investidores bancários mudando da Itaúsa para o Itaú, enquanto ao mesmo tempo fintechs e outros investidores podem assumir posições na Itaúsa para disputar o desconto ou alguma potencial distribuição de ações da XP”, argumenta Henrique Navarro, que assina o documento.

Segundo o analista, a Itaúsa pode superar o Itaú, pois o desconto para o NAV (Valor Patrimonial Líquido) poderia ser muito grande para alguns investidores ignorarem, saltando de 21% para 33% após a cisão. 

“O equilíbrio dessas duas forças, após a cisão da XP do Itaú, será a palavra final sobre o desconto da Itaúsa em seu NAV”, argumenta.

Após rebaixar o preço-alvo do Itaú, o Santander fez o mesmo com a Itaúsa, que agora tem preço-alvo de R$ 12, antes em R$ 12,50, o que representa uma valorização de 14%.

Itaú Unibanco ITUB4
O banco estima que os custos envolvidos para a realização e efetivação da operação serão da ordem de, aproximadamente, R$ 13 milhões (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

Cisão agradou Itaúsa

A proposta de cisão da XP foi apresentada pelo Itaú em outubro no ano passado. No mês passado, o conselho de administração do banco aprovou a operação.  A bola agora está com Federal Reserve, o Banco Central dos EUA.

O banco estima que os custos envolvidos para a realização e efetivação da operação serão da ordem de, aproximadamente, R$ 13 milhões, incluídas as despesas com publicações dos atos societários e honorários de auditores independentes, avaliadores e demais profissionais contratados para assessoria na operação.

A segregação “ocorrerá mediante cisão de empresas do conglomerado Itaú Unibanco com a versão da parcela cindida representativa de 41,05% do capital da XP” para a nova companhia, disse a instituição financeira.

Como controlador do Itaú, a Itaúsa considerou positivas as proposições realizadas até o momento pela XP.

“Caso a XP venha a apresentar proposta relativa à incorporação da Newco, a Itaúsa pretende avaliar seus detalhes em conjunto com Itaú, visando melhor atender aos interesses de seus acionistas”, afirmou.

A holding reafirmou ainda seu interesse em manter participação relevante na empresa no curto prazo, atuando alinhada com a mesma.

Mas diante de sua estratégia de diversificação de portfólio de companhias fora do setor financeiro, o Itaúsa não deve manter a participação no longo prazo.

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