XP vê reação exagerada para São Martinho (SMTO3) e Raízen (RAIZ4); ações caem e açúcar segue escalada
Para a XP Investimentos , o mercado teve uma reação exagerada no pregão de ontem (26), quando a São Martinho (SMTO3) e Raízen (RAIZ4) terminaram o dia com altas de 3,58% e 0,92%, respectivamente, em meio ao avanço de 3,48% nos preços do açúcar.
Na noite de ontem, as empresas atualizaram o mercado sobre os impactos dos incêndios nos canaviais de São Paulo. Enquanto a São Martinho informou que aproximadamente 20 mil hectares de cana-de-açúcar da foram atingidos, a Raízen comunicou que aproximadamente 1,8 milhão de toneladas de cana-de-açúcar própria e de fornecedores foram afetadas, 2% da safra 24/25.
De acordo com Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, a alta para o açúcar na segunda se deu, na maior parte, pela cobertura de posições vendidas por fundos, já que ainda é cedo para avaliar os impactos finais sobre a produção de açúcar do Brasil.
“Nós antecipamos que um aumento nos preços do açúcar era provável no curto prazo. No entanto, mantivemos nossa visão neutra para a SMTO3 (preço-alvo e potencial de alta de 13,39%), pois não gostamos da assimetria de valuation – estimamos EV/Ebitda de 4x e FCF yields de 4,6% e 6,8% para 2024/25 e 2025/26, respetivamente”, explicam.
Fora isso, os analistas enxergam riscos baixistas para as estimativas de consenso (estimativas da XP para o EBITDA estão atualmente 5% e 8% abaixo do consenso para 2024/25 e 2025/26, respetivamente). O maior mix de etanol, juntamente com o aumento do Capex, reduz as estimativas de Ebitda ajustado e FCF yield para 2024/25 em 1,5% e 60 pontos base.
Nesta terça-feira (27), as ações da SMTO3 fecharam com queda de 3,49%, a R$ 29,34.
Já os papéis RAIZ4 recuaram 0,61%, a R$ 3,28. O tom negativo já era esperado pela XP.
Por outro lado, os preços do açúcar em NY com vencimento para outubro, subiram 3,36%, em US$ 19,68.