XP supera projeções de lucro já elevadas dos analistas
Os números da XP (XP), apresentados na noite na última terça-feira (12), encheram os olhos dos analistas. Durante os meses de abril, maio e junho, a corretora apurou um lucro líquido de R$ 540 milhões, alta de 137% sobre um ano antes, impulsionado pela migração de investidores para a Bolsa depois da queda dos juros.
Para o Credit Suisse, as principais surpresas do balanço foram as receitas mais fortes do que o indicado pelos resultados preliminares e um melhor rendimento da receita de varejo.
Além disso, o banco também destacou uma taxa de imposto efetiva de 11% muito menor do que o esperado, como resultado de um reestruturação societária que impulsionou o lucro líquido.
“O rendimento da receita foi forte, com o rendimento médio de varejo aumentando 18 bps (pontos-base em português), para 1,47% – provavelmente impulsionado por uma maior atividade de corretagem”, afirmaram.
Os analistas Eduardo Rosman e Thomas Peredo do BTG Pactual também ressaltaram os números do varejo da XP. “O principal destaque positivo foi o varejo unidade (72% da receita total), um aumento de 18% e 69% ano a ano, 6% acima das nossas estimativas”, afirmaram.
O rendimento da receita de varejo foi de 2,03%, uma elevação de 11 bps e 7 bps acima do que era esperado pela equipe de análise. Apesar de outras receitas, como serviços de emissão, ficarem 6% abaixo do esperado, a dupla prevê um grande salto do indicador no próximo trimestre.
“A aceleração em NNM (dinheiro novo líquido) e o boom no comércio de investidores de varejo (187 mil novos clientes somente em julho, 30% acima da média) devem garantir uma receita líquida forte nos próximos trimestres”, disseram.
Aceleração digital
A XP também viu a sua demanda na plataforma digital crescer 586% durante a pandemia, o que representou 7,6% das vendas totais no trimestre (vs. 2,7% no 1T20 e 1,2% no 2T19). Já o aplicativo atingiu 1,4 milhão de downloads.
“Desde o Dia do Investidor em outubro de 2019, a corretora tem reforçado o desenvolvimento de seu plataforma multicanal como um dos seus principais pilares para o ano”, afirmaram.
O Credit Suisse segue com indicação underperform (abaixo da média do mercado), enquanto o BTG reafirma a indicação neutra dos papéis.