XP: questão ambiental ganhará cada vez mais relevância nos preços das ações de frigoríficos
As empresas de proteínas, cada vez mais preocupadas com as possíveis consequências da pressão internacional por conta das queimadas e do desmatamento no Brasil, anunciaram nos últimos dias programas para diminuir o impacto ambiental nas suas produções.
Na terça-feira, a Marfrig (MRFG3) informou que irá ingressar na lista da Science Based Targets, iniciativa internacional que mobiliza empresas a se comprometerem com metas de redução das emissões de Gases de Efeito Estufa.
Já na quarta-feira, foi a vez da JBS (JBSS3) anunciar o programa Juntos pela Amazônia, que prevê a criação de um fundo de R$ 1 bilhão para investimentos no desenvolvimento sustentável do bioma.
Para a XP Investimentos, os investidores acompanham de perto os planos e programas anunciados pelos frigoríficos brasileiros.
“Na nossa visão, as questões ambientais serão cada vez mais importantes na formação dos preços das ações dos frigoríficos adiante e vemos as iniciativas recém anunciadas, ainda que tardia na opinião de alguns investidores, como marcos importantes e positivos do setor pela preservação da Amazônia e demais biomas”, afirmou em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (24).
Segundo a corretora, hoje o rastreamento dos fornecedores diretos já é feito, mas a dificuldade mora justamente em garantir a origem dos fornecedores indiretos – eles são os grandes responsáveis, na pecuária, pelo aumento do desmate na Amazônia nos últimos anos.
Segundo dados do IBGE, os diferentes biomas terrestres do Brasil perderam, entre 2000 e 2018, cerca de 500.000 km², equivalente à extensão territorial da Espanha, de cobertura natural. Amazônia e Cerrado foram os biomas que tiveram as maiores perdas.