XP não parece cara quando comparada com Charles Schwab, diz Credit Suisse
O Credit Suisse entende que o possível acordo entre o Itaú e a XP beneficiaria ambas as empresas, mostra um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (10). As duas confirmaram hoje, em nota, que discutem uma associação que envolveria a venda de uma participação minoritária da corretora, que prosseguiria com os seus planos para o IPO.
O Itaú teria acesso a um negócio de alto crescimento e com um modelo de sucesso, o que colocaria o enorme capital do banco para trabalhar, além de ser associado a um concorrente ao seu negócio de gestão de ativos.
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A XP, por sua vez, estaria ao lado do seu maior concorrente, que recentemente lançou o Itaú 360º, uma plataforma aberta para distribuir fundos de terceiros para a sua base de clientes. O outro benefício seria ter acesso à gigantesca rede de distribuição de clientes de varejo, tornando a XP um negócio de maior escala.
“Dito isto, a relação provavelmente teria de superar possíveis conflitos de interesse considerando o risco de canibalização da própria base de clientes de varejo do Itaú Unibanco dentro de seu negócio de gestão de ativos, com taxas geralmente mais altas e maiores exigências de investimento inicial mínimo”, explicam os analistas Marcelo Telles, Lucas Lopes e Alonso Garcia.
Valores
Segundo o Estadão, no IPO, a avaliação da XP estava sendo projetada entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões. A Exame.com falou em R$ 6 bilhões por um pedaço de 49,5%.
Apesar de parecer elevado, o Credit Suisse acredita que o valor parece estar em linha na comparação com exemplos internacionais do setor, como a Etrade (18 vezes o luro esperado para 2017) e a Charles Schwab (25 vezes). Isso tudo, lembra o banco, sem levar em conta o perfil de alto crescimento do negócio.
Tendo como premissa o valor de R$ 6 bi proposto pela Exame.com, ou seja, de R$ 12 bilhões para o negócio total, e o lucro líquido estimado de R$ 480 mi para 2017 – ventilado pelo Valor – a XP negociaria a 25 vezes.
Desta forma, os analistas calculam que a compra seria neutra para o Itaú no primeiro ano, mas marginalmente positiva a partir do segundo, “mas não seria transformacional”, avalia.