ESG demonstra ‘resiliência’, diz XP após encontro com tubarões do mercado
Os investimentos ESG (Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança) estão demonstrando resiliência, com o mercado cada vez mais buscando nomes de alta qualidade com sólida governança, segundo a XP Investimentos.
A corretora fez essa avaliação depois de visitar 20 investidores institucionais, conhecidos como tubarões do mercado. “Embora o foco por tais temas não seja uma novidade, saímos dessa rodada de reuniões com a impressão de que eles são ainda mais importantes em tempos de maior incerteza”, disseram as analistas Marcella Ungaretti e Luiza Aguiar.
A XP destaca que setores de elétricas, bancos, papel e celulose e telecomunicações possuem uma “sólida política ESG”. Nomes como Itaú (ITUB4), Suzano (SUZB3), Vibra (VBBR3) e Sabesp (SBSP3) são destacados como ações de alta qualidade e nomes mais consensuais.
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A sigla ESG trata-se de um conjunto de padrões e boas práticas que visa avaliar a sustentabilidade e o impacto social de uma empresa, além da maneira como ela é gerenciada.
Entre as tendências identificadas, o relatório da XP pontua o mercado voluntário de carbono e o de eletrificação. O relatório destaca a entrada em massa de empresas chinesas e de veículos elétricos (VEs) no Brasil, que despertam um crescente interesse principalmente com a relação com o impacto sobre os preços dos carros.
Agenda ESG segue na direção certa para cumprir pilar de ‘governança’, diz XP
A XP entende que a governança, um dos pilares da agenda ESG, segue na direção correta. Entretanto, fatores como o papel dos membros independentes do Conselho de Administração e como as empresas podem apoiar e criar as condições para que esse independente exerça seu papel fiduciário e os efeitos negativos das intervenções políticas nas empresas estatais são barreiras para a adoção de boas práticas, segundo a corretora.
Segundo a XP, os investidores consultados notaram um aumento no engajamento dos acionistas. A corretora afirma que a participação deles está evoluindo para incluir desde reuniões dedicadas com a gestão da empresa até uma maior coordenação entre os acionistas minoritários, que podem garantir que seus interesses sejam representados trabalhando em conjunto.
Já com relação ao papel ambiental, as analistas que assinam o relatório pontuam que o ritmo lento da transição energética afeta as decisões de investimentos.
“Investidores concordaram que a transição energética apresenta ótimas oportunidades de investimento, que podem levar a retornos financeiros de longo prazo”, afirmam as analistas, pontuando como contrapartida o fato da transição ser um processo longo e contínuo e que a incerteza sobre os ganhos financeiros torna a alocação de recursos em soluções de baixo carbono ainda pequena.