XP Inc. (XP) aposta em divisão de cartões para contornar impacto de juros no mercado de capitais
As ações da XP Inc. (XP) negociadas na Nasdaq saltaram mais de 6%, após a empresa reportar avanço em métricas para os resultados do trimestre a serem conhecidos no próximo dia 2 de novembro.
Em documento veiculado no fim da quinta-feira, a XP apontou um aumento anual de 15% na base de clientes ativos, totalizando 3,8 milhões de clientes no terceiro trimestre de 2022. Já o volume de ativos sob gestão da empresa cresceu 17% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a marca de R$925 bilhões.
Outro ponto destacado pela empresa foi o crescimento de 103% no volume transacionado em cartões, dada a comparação com o terceiro trimestre de 2021. A empresa possui, hoje, mais de 500 mil cartões ativos.
‘Métricas da XP são moderadamente positivas, mas balanço deve sentir macro mais difícil’
Apesar de relatório da XP Inc. mostrar crescimento da empresa, Guilherme Zanin, da Avenue, avalia que dificilmente a receita do trimestre escapará aos efeitos corrosivos do ciclo de alta de juros feito no Brasil.
Nesse sentido, o comportamento dos números da empresa brasileira deve emular àqueles divulgados por instituições americanas na semana passada: “como visto para Goldman e Morgan Stanley, o ambiente de juros altos deve reduzir drasticamente a atividade financeira nos mercados de capitais”.
Como ilustrado pelo relatório de KPIs (indicadores-chave de performance, na sigla em inglês), o aumento do número de cartões de crédito deve ser o principal do guarda-chuva da companhia para enfrentar a piora dos mercados de capitais e aproveitar a maior atratividade dos produtos de renda fixa;
Nesse contexto, Guilherme Zanin avalia que a aposta da XP Inc. tem sido justamente a captação de mais clientes para seus produtos de crédito, com vistas a maior obtenção de receita através do aumento do spread bancário.
No entanto, a empresa de produtos financeiros deve enfrentar uma competição ferrenha de bancos tradicionais no segmento. “Apesar do aumento do peso da área de cartões, o segmento ainda representa somente 10% do lucro líquido da empresa”, avalia Guilherme.
As ações da XP Inc (XP) perderam 43% no ano, transitando nas mínimas desde o IPO da empresa na Nasdaq em novembro de 2019, mas supera o índice acionário, que perde cerca de 70%.
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