XP corta preço-alvo da Natura, mas avalia que ação ainda pode subir 66%
A XP Investimentos atualizou as estimativas da Natura (NTCO3), cortando o preço-alvo da ação de R$ 63 para R$ 45 após incorporar os resultados do terceiro trimestre e um cenário macro de curto prazo mais desafiador.
O novo preço-alvo implica potencial de valorização de 66,2% sobre a cotação do último fechamento, de R$ 27,06. A recomendação de compra foi mantida, pois os fundamentos de longo prazo não foram alterados, segundo a XP.
A corretora acredita que a pressão nos custos e as mudanças no comportamento dos consumidores (produtos de beleza para skincare) continuarão impactando os resultados da empresa.
De acordo com Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, do time de análise da XP, as margens só devem ter uma reação mais sólida a partir do segundo semestre de 2022.
Fusão com a Avon
A XP avalia que a integração da Avon tem se mostrado mais complexa e destaca que o modelo comercial da Natura não se encaixa perfeitamente na realidade da Avon, com o processo envolvendo mais de 15 mercados com diferentes operações.
“O modelo comercial da Natura não se encaixava perfeitamente à realidade da Avon, dado que os representantes do nível de entrada são fundamentais para a marca”, afirmaram os analistas, em relatório atualizado na segunda-feira (6).
A XP reduziu a estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado para 2022 e 2023 em 23% e 24%, agora a R$ 4,6 e 5,5 bilhões.
“As sinergias de custos estão sendo capturadas, enquanto a empresa não viu mudanças estruturais em relação às oportunidades da integração da Avon”, explicou a XP.