Xi reaparece em sinal de fim de conclave do Partido Comunista
O presidente da China, Xi Jinping, fez sua primeira aparição pública em duas semanas, um sinal de que o retiro anual de verão secreto do Partido Comunista no Mar Amarelo terminou.
Xi foi visto na terça-feira em Jinzhou, cidade na província de Liaoning, onde pediu às autoridades da região nordeste da China que acelerem a reestruturação industrial.
O líder chinês também visitou um museu que celebra a vitória do Partido Comunista nos estágios finais da guerra civil da China, segundo a agência de notícias oficial Xinhua.
O presidente chinês deu instruções sobre o controle de enchentes, dias depois da morte de pelo menos sete pessoas em inundações repentinas em um ponto turístico pitoresco na província ocidental de Sichuan.
O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, também reapareceu esta semana durante uma reunião em Shenzhen, polo tecnológico no sul do país. Ele pediu às autoridades que ajudem a impulsionar a economia, que sente o peso do desaquecimento do mercado imobiliário e das políticas Covid Zero, informou a Xinhua na terça-feira.
A presença de Xi e Li em atos públicos sugere que os atuais e antigos líderes da China, que responde por quase 20% da população global, terminaram o conclave anual no balneário de Beidaihe, cerca de 200 quilômetros a leste de Pequim.
Ambos haviam sido vistos pela última vez em público em 31 de julho, em evento em Pequim para comemorar o 95º aniversário da fundação do Exército de Libertação Popular. Outros cinco representantes do Comitê Permanente da China que participaram do evento não são vistos em público desde então.
A reunião de duas semanas provavelmente estava em andamento quando a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, desafiou o governo chinês ao fazer uma viagem a Taiwan. A China respondeu com exercícios militares sem precedentes em torno de Taiwan, que considera seu território, disparando pela primeira vez um míssil sobre a ilha principal.
O conclave também aconteceu às vésperas de um congresso de liderança nos próximos meses, que ocorre duas vezes a cada década e deve dar a Xi pelo menos mais cinco anos no poder.
Desde os primeiros dias de Mao Tsé-Tung, líderes do Partido Comunista têm se reunido no balneário de Beidaihe a fim de buscar consenso para as principais decisões antes de reuniões maiores. Informações da mídia estatal revelam que os participantes discutiram a formação da liderança do partido em 1997 e o desenvolvimento econômico após sediar os Jogos Olímpicos em 2008.
A próxima dança das cadeiras das lideranças coincide com problemas crescentes enfrentados por Xi em casa e no exterior. No mercado doméstico, a China sente o impacto da desaceleração do crescimento econômico, do aprofundamento da crise de hipotecas e de uma política Covid Zero que fechou as fronteiras.
Pequim também está diante de tensões crescentes com os EUA sobre Taiwan, em um momento em que a política de Xi para a pandemia impede encontros diplomáticos presenciais há mais de dois anos.
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