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Xadrez com boxe e o impasse da Petrobras: sobe e desce da petroleira, reunião do Lula com Prates e Payroll nos EUA agitam os mercados; confira essas e outras notícias do dia

05 abr 2024, 8:22 - atualizado em 05 abr 2024, 8:22
petrobras petr4 dividendos
(Imagem: Divulgação/Canva // Montagem: Bruna Martins)

Leitoras e leitores do Seu Dinheiro,

Para tentar explicar de maneira simples o mercado financeiro, nós, jornalistas, recorremos muitas vezes às comparações e metáforas. Artes ou esportes são as preferidas. 

Assim, me permita explicar um pouco sobre o que aconteceu ontem com a Petrobras (PETR4) usando o único esporte que consegui pensar: o boxe-xadrez. 

As regras são simples: são quatro minutos de xadrez, um minuto de intervalo, e dois minutos de boxe. Só um esporte tão único conseguiria traduzir com exatidão o que aconteceu ontem. 

Explico: pela manhã, o mercado reagia à notícia de que a estatal pagaria dividendos extraordinários, uma jogada de mestre dos ministros da Fazenda, Minas e Energia e Casa Civil.

A trocação começou no início da tarde, quando começaram rumores de que Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, seria substituído pelo chefe do BNDES, Aloizio Mercadante. 

O mercado não gostou. As ações subiram, caíram e o juiz — isto é, a CMV — chamou o VAR no final do dia, pedindo explicações sobre as oscilações atípicas dos papéis da empresa ao longo do pregão. 

Para coroar, vieram à tona notícias de rusgas entre Prates e o presidente Lula sobre a estatal.

Quem deu voz às queixas do presidente da República foi o chefe da pasta de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que criticou, em entrevista à Folha, a postura do presidente da estatal em relação ao pagamento de dividendos extraordinários.

O medo de ingerência fez os investidores ficarem na defensiva: a queda de mais de 1% dos papéis da estatal pressionaram o Ibovespa, que fechou próximo da estabilidade, em alta de 0,09%, aos 127.427 pontos. 

Nesta sexta-feira, Lula e Prates realizam reunião que pode fazer o atual presidente ir à lona — ou tomar um xeque-mate, o que vier primeiro. 

Como se não bastasse, um terceiro elemento faz as vezes de um verdadeiro pombo sem asa — com o perdão de adicionar a expressão de um terceiro esporte a este texto — paira na cabeça dos investidores. 

Hoje é dia de payroll nos Estados Unidos, o relatório de emprego mais importante do país que também é utilizado pelo Federal Reserve para balizar a decisão de juros.

Para sua sorte, a equipe do Seu Dinheiro é versada na nobre arte e na nobre ciência do boxe e do xadrez (deixo para o sábio leitor qual é qual), além de entender tudo de futebol. 

Aqui no nosso ao vivo de mercados, você pode acompanhar o soar do gongo — e o disparar do relógio — que nós iremos contar tudo que você precisa saber sobre as notícias do dia que mexem com os seus investimentos.

O que você precisa saber hoje

UMA DOSE DE IRONIA
Adeus, Petrobras (PETR4)? Veja como Prates respondeu a especulações sobre sua saída da estatal.
Reproduzindo uma conversa que começa com a pergunta sobre se vai sair da empresa, Prates fez uso da ironia para tratar do assunto.

PASSOU DO LIMITE
A paciência acabou? EUA mandam o pior recado a Israel desde o início da guerra em Gaza.
 Biden conversou por telefone nesta quinta-feira (4) com Netanyahu e enviou uma mensagem clara sobre o conflito a um de seus mais tradicionais aliados.

A DINHEIRISTA
Ele tem um filho fora do casamento, a esposa não sabe, mas ele paga as contas da criança às escondidas — dá para abater do IR?
 Ele tem um filho fora do casamento, a esposa não faz ideia! E os gastos? A Dinheirista conta essa história.

MOMENTO DELICADO
Mar revolto dos mercados balança setor de mineração — mas Itaú BBA revela duas apostas em ações para atravessar a tempestade (e lucrar com isso).
 Os analistas elegeram dois papéis para aumentar os ganhos da carteira de investimentos — mas rebaixaram as recomendações para outra dupla de ações.

EM BOLADA AÍ
Alô, acionista? Data para a dona da Vivo (VIVT3) devolver dinheiro para quem tem ações está chegando.
 A restituição é fruto da redução de capital feita pela companhia, que ainda não tinha definido uma data para o pagamento dos detentores dos papéis da empresa.