Wizard diz desconhecer gabinete paralelo e se recusa a responder perguntas da CPI
O empresário Carlos Wizard disse em pronunciamento à CPI da Covid no Senado que desconhece a existência de um gabinete paralelo de assessoramento do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia de Covid-19 e decidiu exercer seu direito de não responder perguntas dos senadores.
“Afirmo aos senhores, com toda a veemência, que jamais tomei conhecimento de qualquer governo paralelo. Se, por ventura, esse suposto governo paralelo existiu –ou melhor, gabinete paralelo– eu jamais tomei conhecimento ou tenho qualquer informação a esse respeito”, afirmou o empresário.
Wizard disse ainda que nunca se reuniu privadamente com Bolsonaro, apenas em eventos públicos, e negou ter qualquer influência sobre o pensamento do presidente.
Após seu pronunciamento inicial, Wizard disse que exerceria o direito garantido a ele por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de permanecer em silêncio durante o depoimento.
“Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”, repetiu o empresário diversas vezes diante das perguntas do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Apesar da decisão de Wizard, os senadores decidiram que manterão os questionamentos ao empresário, mesmo que ele recorra ao direito de ficar calado.
Wizard tem participação nas operações brasileiras das franquias norte-americanas de fast food Pizza Hut, Taco Bell e KFC, além de ser dono da rede de lojas de produtos naturais Mundo Verde e de ter participação na rede de escolas de idiomas Wise Up, entre outras marcas.
Em seu pronunciamento à CPI, ele disse que conheceu o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, quando fez um trabalho voluntário em Roraima de apoio a refugiados venezuelanos que vieram para o Brasil.
Ele chegou a ser indicado por Pazuello para ocupar a Secretaria de Ciência e Tecnologia da pasta, mas após atuar por 30 dias no ministério decidiu não assumir efetivamente o posto.