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‘WhatsApp grátis’ em planos de internet estão por um fio; entenda

24 out 2023, 8:43 - atualizado em 24 out 2023, 8:43
whatsapp - fim da gratuidade
Presidente da Vivo diz estar avaliando o impacto do fim da gratuidade destes aplicativos nos planos de internet da companhia. (Imagem: WhatsApp Web)

As grandes operadoras do país, como a ClaroTim e Vivo, estudam suspender a disponibilidade do uso ilimitado de aplicativos como o WhatsApp, Spotify e X (ex-Twitter) em seus planos de internet.

Esta é uma estratégia, chamada de zero rating, usada pelas empresas de telefonia há tempos para atrair mais clientes, principalmente os que utilizam as redes sociais com maior frequência. Ou seja, consiste em não considerar o uso destes aplicativos na franquia de dados disponível para o cliente, garantindo a “gratuidade”.

No entanto, a tática parece estar indo por água a baixo, já que as big techs, donas destas redes sociais, tem aumentado cada vez mais a necessidade do uso de dados para a navegação, o que está causando um problema no faturamento das operadoras.

Durante o evento de 25 anos de listagem da Vivo na B3, o presidente da Telefonica Brasil, Christian Gebara, afirmou que as companhias do setor estudam suspender os pacotes.

“Estamos, sim, avaliando, qual o impacto. Existe uma preocupação do setor se essa gratuidade está sendo benéfica para o próprio consumidor. No fim, não se está conseguindo dar a resposta de cobertura que se quer dar”, explica Gebara.

Mais de 82% do tráfego total nas redes móveis hoje são das big techs, sem que façam qualquer contribuição para melhorar a qualidade dessas redes, conforme diagnóstico apontado pela Anatel.

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O que diz o setor?

Segundo a Conexis Brasil Digital, associação que representa as principais operadoras de telecomunicações do país, enquanto o tráfego de internet cresceu no Brasil 62,7% na última década e em apenas 5 anos a demanda por investimento nas redes subiu 50%, nos últimos cinco anos a série histórica mostra uma queda real da receita de 9% ao longo dos anos, fruto de um mercado competitivo onde o preço acaba sendo um diferencial para a conquista dos clientes.

“Para o setor de telecomunicações é essencial que se estabeleça a obrigatoriedade de uma justa contribuição por parte dos provedores de conteúdo digital pelo uso das redes das empresas detentoras dessas infraestruturas de telecomunicações”, disse a associação em nota.

O setor lembra que esta não é uma discussão apenas no Brasil e que se estuda alternativas pelos países para que haja o fair share, conhecido como a partilha proporcional dos investimentos e ganhos da economia digital, sem que apenas uma parte se beneficie do trabalho do outro.

Apesar da associação falar em nome das operadoras, eles ressaltaram que não tem um posicionamento quanto a cobrança, ou não, pelo uso de aplicativos por parte das empresas “já que é uma questão comercial e concorrencial de cada empresa”.

As operadoras foram procuradas pela equipe do Money Times para entender sobre as propostas de cobrança para os planos de dados. A Tim e a Vivo se detiveram ao posicionamento da Conexis Brasil Digital, sem comentarem algo além do já exposto pela associação.

A Claro não se manifestou até a publicação desta matéria. Quanto a Anatel, que também foi procurada pela equipe, também não se manifestou sobre o assunto. O espaço segue aberto para os posicionamentos.

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