WeWork vai quebrar? Ações derretem após empresa afirmar que tem dúvidas sobre o futuro

A WeWork (WE) enfrenta período difícil, ainda sentindo os impactos da pandemia em seu modelo de negócios, que consiste em oferecer escritórios compartilhados.

Um dia após a empresa dizer que existe “dúvida substancial” sobre sua capacidade de continuar operando, as ações despencaram 17% no pré-mercado desta quarta-feira (9). Por volta das 12h27, caíam 36,13% na Bolsa de Nova York.

A afirmação ocorreu na terça-feira (8), durante apresentação dos resultados do segundo trimestre da empresa. No ano, os papéis já acumulam queda de 90%.

“Cada vez menos empresas, desde empresas maduras de grande capitalização até startups, estão dispostas a fazer aluguéis de longo prazo para espaços geograficamente fixos”, afirmou o presidente-executivo interino, David Tolley, em teleconferência com investidores nesta quarta-feira.

Em março, a WeWork chegou a um acordo para reduzir sua dívida em cerca de US$ 1,5 bilhão e estender a data de alguns vencimentos para economizar dinheiro, informou a Reuters. A companhia afirma ter planos para aumentar a liquidez cortando custos de aluguel e locação, controlando despesas e reduzindo a rotatividade de membros.

Procurada pelo Money Times, a WeWork disse que desde a sua criação conta com a parceria do SoftBank, que auxilia na operação e supervisionamento do negócio da WeWork Global na região.

“Ambas as operações – Global e LAtAm – compartilham a visão comum de oferecer soluções de espaços de trabalho flexíveis e atuam em suas próprias estruturas e operações, de forma a trazer os melhores resultados em seus respectivos mercados. O balanço recentemente publicado pela WeWork Global reflete a melhoria em vários indicadores da empresa, incluindo um aumento na receita, bem como uma redução nas despesas. Apesar dos desafios no mercado imobiliário, a WeWork LatAm continua avançando para manter sua liderança em espaços flexíveis e impulsionar ainda mais o seu crescimento”, completa.

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WeWork tem histórico difícil

Há quatro anos, a WeWork era uma das startups mais apreciadas do mundo, com um valor de mercado de US$ 47 bilhões, tendo entre seus investidores o SoftBank. Contudo, a empresa valia apenas US$ 446,8 milhões no último fechamento.

Apesar do impacto da pandemia, a crise envolvendo a startup ocorre desde que entrou com a papelada para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em 2019. Na época, os investidores apontaram problemas de governança envolvendo o fundador e, até então, presidente-executivo, Adam Neumann.

A empresa abriu o capital em 2021 em operação envolvendo uma Companhia com Propósito Especial de Aquisição (SPAC, na sigla em inglês) após abandonar seus planos de IPO. No entanto, as dificuldades seguiram, com investidores tendo dúvidas sobre seu modelo de negócios.

* Com informações da Reuters. Esta nota foi atualizada para colocar o posicionamento da WeWork.