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Wesley Batista, da JBS (JBSS3), cita oportunidades e diz: ‘Brasil precisa torcer para o touro e não o toureiro’

04 nov 2024, 16:22 - atualizado em 04 nov 2024, 16:27
wesley batista jbs jbss3
(Foto: BTG Pactual)

Wesley Batista, conselheiro e acionista da JBS (JBSS3) e da Pilgrim’s Pride, disse que o Brasil precisa melhorar a imagem do seu agronegócio brasileiro e disse que precisamos torcer para o touro e não o toureiro.

“Precisamos deixar de nos autoflagelar. Nós temos a maior matriz energética limpa do planeta. Temos problemas? Sim, mas fica apenas o problema. Precisamos de uma linha de país e nós empresários mostrarmos o que fazemos de bom no setor. O produtor brasileiro é sério, preocupado em preservar. Não há lugar que tenha um sistema financeiro tão avançado como no Brasil. Nos EUA ainda mandamos cheque pelo correio”, afirmou. 

A fala foi feita durante o painel “A Expansão Internacional do Agronegócio Brasileiro” do AgroForum 2024, evento realizado pelo BTG Pactual. O painel, moderado por Thiago Duarte, também contou com Ricardo Faria, chairman da Granja Faria. 

Faria citou a JBS como inspiração para a Granja Faria, que também participa da cadeia produtiva da gigante de proteína animal. 

“A fortaleza sanitária que construímos no Brasil é uma das grandes fortalezas da agroindústria brasileira. Um exemplo disso é a gripe aviária que não atingiu nossas granjas”. 

Faria ainda comenta que o Brasil joga mais de 3% da sua carne fora por conta de medidas de inspeção federal. “Não aplicarmos o autocontrole, como acontece em outros países, e que já foi aprovada por aqui e precisa ser implementada na prática”.

Wesley Batista vê oportunidades de crescimento para o Brasil

Batista cita que o setor está transformando o Brasil de dentro para fora, principalmente no interior do país, e que há poucos lugares no mundo que têm a condição de aumentar a produção para acompanhar uma demanda crescente.

“Quando eu comecei neste negócio, nos anos 90, nós só exportávamos 300 mil toneladas para a Europa. Hoje, a JBS exporta 1 milhão de toneladas de carnes só para China. O Brasil está abrindo mercado porque há demanda. Precisamos aproveitar essa demanda crescente”.

Para Batista, há oportunidades de crescimento em diversos mercados, citando Índia, China, Sudoeste Asiático e Indonésia. Apesar dos elogios ao Brasil, o empresário disse que o país conta com sérios problemas fiscais e tributários, se referindo ao ambiente brasileiro como “manicômio tributário”. 

“Estou confiante de que podemos continuar investindo em aumento de produção, porque a demanda por alimentos, e principalmente saudáveis, não vai diminuir. Se dermos conta de sermos bem sucedidos aqui no nosso país, pelas nossas dificuldades fiscais e tributárias, quando você passa a investir em EUA e Austrália acaba sendo ainda mais fácil”.

Batista ainda destacou a qualidade dos funcionários brasileiros da JBS que foram trabalhar em outros países e disse que nenhum voltou ao Brasil. 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.