Wells Fargo demite funcionários por depósitos indevidos de ajuda
O Wells Fargo demitiu mais de 100 funcionários suspeitos de receber fundos de ajuda relacionados ao coronavírus indevidamente, de acordo com uma pessoa a par da situação.
O banco concluiu que esses funcionários fraudaram a Administração de Pequenas Empresas (SBA, na sigla em inglês) com “falsas declarações ao solicitar fundos de auxílio para o coronavírus”, de acordo com memorando interno revisado pela Bloomberg.
A análise teve como foco funcionários que usaram o programa de empréstimos para desastres por danos econômicos (EIDL, na sigla em inglês), uma parte fundamental do esforço do governo para apoiar empresas durante a pandemia.
“Rescindimos o emprego desses indivíduos e iremos cooperar totalmente com a aplicação da lei”, disse no memorando David Galloreese, diretor de recursos humanos do Wells Fargo. “Essas ações ilícitas foram ações pessoais e não envolvem nossos clientes.”
Embora seja possível que funcionários de grandes empresas acessem de forma legítima fundos de ajuda dos EUA para empresas que operam em paralelo, as descobertas do Wells Fargo aumentam as evidências de que o programa foi usado indevidamente – com poucos sinais de que tal atividade se restringiu a profissionais de bancos de investimento.
Ao contrário de outros empregadores, bancos podem verificar se funcionários receberam depósitos de ajuda em suas contas. Uma análise anterior do JPMorgan Chase revelou que mais de 500 funcionários utilizaram o programa EIDL e que dezenas o fizeram de maneira inadequada.
A SBA instou bancos a investigar depósitos suspeitos do programa para seus clientes e até mesmo para os próprios funcionários. Embora o programa ofereça empréstimos a empresas, grande parte da preocupação se concentra em adiantamentos de até US$ 10 mil, que não precisam ser reembolsados. Uma análise da Bloomberg Businessweek dos dados da SBA em agosto identificou pelo menos US$ 1,3 bilhão em pagamentos suspeitos.
A SBA expandiu com urgência o programa EIDL no início deste ano, já que as paralisações para combater o coronavírus deixaram pequenas empresas desesperadas por empréstimos. O inspetor-geral da agência sinalizou evidências de fraude no programa ao identificar mais de US$ 250 milhões em ajuda concedida a destinatários potencialmente inelegíveis, bem como US$ 45,6 milhões em pagamentos possivelmente duplicados.
O Wells Fargo “continuará a examinar essas questões”, escreveu Galloreese. “Se identificarmos irregularidades adicionais por parte dos funcionários, tomaremos as medidas adequadas.”
O memorando do banco na quarta-feira disse que a instituição tem “tolerância zero para comportamento fraudulento”. Entre 100 e 125 pessoas foram despedidas, disse a pessoa com conhecimento do assunto, que falou sob anonimato.