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WEG (WEGE3): Queda da Selic pode provocar fuga de investidores, segundo BBA

01 ago 2023, 7:30 - atualizado em 31 jul 2023, 21:00
WEG
Outro ponto que os analistas questionam é o futuro dos resultados da companhia (Imagem: WEG/Divulgação)

Após dois anos, a Selic, enfim, pode iniciar o seu ciclo de cortes. O mercado, no entanto, ainda possui dúvidas sobre o tamanho da tesoura do Banco Central (se 0,25 ponto ou 0,5 ponto).

Apesar da queda dos juros ser uma boa notícia para o mercado de ações, nem todas as empresas podem, exatamente, se beneficiar dos juros menores. É o que afirma o Itaú BBA para o caso das ações da WEG (WEGE3).

Que a empresa é boa, os analistas não têm dúvidas. O problema é que a queda na taxa tende a promover uma migração de investidores para empresas mais esquecidas da bolsa, o que, definitivamente não é o caso da WEG.

“A ação está entre as melhores histórias de ações do mercado brasileiro, em uma combinação de defensividade, qualidade e tendências de crescimento secular. Essas qualidades levaram os investidores à WEG quando a aversão ao risco dominava o clima do mercado, mas com a aproximação do ciclo de flexibilização, os investidores tendem a buscar ativos mais arriscados e com um beta maior”, explica Daniel Gasparete e equipe.

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Queda no lucro da WEG? É possível

Outro ponto que os analistas questionam é o futuro dos resultados da companhia. A equipe do BBA diz que no segundo trimestre, mais uma vez, a WEG provou que o mercado estava errado, com lucro de R$ 1,36 bilhão, alta de 50%.

Porém, o Itaú alerta para o fato de que o crescimento recente foi sustentado por pedidos de ciclo longo feitos em trimestres anteriores, quando a demanda era melhor.

“É menos provável que as vendas acelerem do que fiquem estáveis ou desacelerem, dado o desempenho um pouco pior do que o esperado do negócio solar e o alerta da WEG sobre a volatilidade da demanda de ciclo curto no exterior”, explicam.

Os analistas esperam margens menores, com os preços acompanhando a queda das commodities, enquanto o segmento de menor margem (principalmente GTD) vão prejudicar o mix quando começarem a se recuperar.

“Os desafios mencionados acima criam um cenário raro ao qual os investidores não estão acostumados: a WEG provavelmente apresentará em 2024 o segundo crescimento de lucros menos empolgante dos últimos 13 anos, atrás de 2016”, discorrem.

O BBA calcula um expansão modesta do lucro por ação (LPA) em 2024, o que implica um preço sobre o lucro (P/E) de 30 vezes.

“Mesmo nosso cenário mais otimista (com ganho de margem Ebitda de 1 pp e taxa de imposto de 19%) indica crescimento do lucro líquido de 10% no ano (27x P/E 2024)”, coloca.

A corretora possui recomendação marketperform para o papel, ou desempenho em média com o mercado, com preço-alvo de R$ 46, potencial de alta de 17% ante o último fechamento.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.