WEG (WEGE3): Queda da Selic pode provocar fuga de investidores, segundo BBA
Após dois anos, a Selic, enfim, pode iniciar o seu ciclo de cortes. O mercado, no entanto, ainda possui dúvidas sobre o tamanho da tesoura do Banco Central (se 0,25 ponto ou 0,5 ponto).
Apesar da queda dos juros ser uma boa notícia para o mercado de ações, nem todas as empresas podem, exatamente, se beneficiar dos juros menores. É o que afirma o Itaú BBA para o caso das ações da WEG (WEGE3).
Que a empresa é boa, os analistas não têm dúvidas. O problema é que a queda na taxa tende a promover uma migração de investidores para empresas mais esquecidas da bolsa, o que, definitivamente não é o caso da WEG.
“A ação está entre as melhores histórias de ações do mercado brasileiro, em uma combinação de defensividade, qualidade e tendências de crescimento secular. Essas qualidades levaram os investidores à WEG quando a aversão ao risco dominava o clima do mercado, mas com a aproximação do ciclo de flexibilização, os investidores tendem a buscar ativos mais arriscados e com um beta maior”, explica Daniel Gasparete e equipe.
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Queda no lucro da WEG? É possível
Outro ponto que os analistas questionam é o futuro dos resultados da companhia. A equipe do BBA diz que no segundo trimestre, mais uma vez, a WEG provou que o mercado estava errado, com lucro de R$ 1,36 bilhão, alta de 50%.
Porém, o Itaú alerta para o fato de que o crescimento recente foi sustentado por pedidos de ciclo longo feitos em trimestres anteriores, quando a demanda era melhor.
“É menos provável que as vendas acelerem do que fiquem estáveis ou desacelerem, dado o desempenho um pouco pior do que o esperado do negócio solar e o alerta da WEG sobre a volatilidade da demanda de ciclo curto no exterior”, explicam.
Os analistas esperam margens menores, com os preços acompanhando a queda das commodities, enquanto o segmento de menor margem (principalmente GTD) vão prejudicar o mix quando começarem a se recuperar.
“Os desafios mencionados acima criam um cenário raro ao qual os investidores não estão acostumados: a WEG provavelmente apresentará em 2024 o segundo crescimento de lucros menos empolgante dos últimos 13 anos, atrás de 2016”, discorrem.
O BBA calcula um expansão modesta do lucro por ação (LPA) em 2024, o que implica um preço sobre o lucro (P/E) de 30 vezes.
“Mesmo nosso cenário mais otimista (com ganho de margem Ebitda de 1 pp e taxa de imposto de 19%) indica crescimento do lucro líquido de 10% no ano (27x P/E 2024)”, coloca.
A corretora possui recomendação marketperform para o papel, ou desempenho em média com o mercado, com preço-alvo de R$ 46, potencial de alta de 17% ante o último fechamento.