WEG (WEGE3): Dividendos milionários valem a pena? Analistas têm ‘pulga atrás da orelha’
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Os resultados acima do esperado da WEG (WEGE3) no segundo trimestre de 2023 foram traduzidos em bons dividendos, avaliam os analistas. Com uma forte geração de caixa de R$ 3,2 bilhões no semestre, a companhia segue com balanço equilibrado e divulgou o pagamento de R$ 609 milhões em proventos.
O valor dos dividendos, somado aos juros sobre capital próprio de R$ 467 milhões, representa um acréscimo de 21% nos proventos pagos aos acionistas no primeiro semestre do ano passado.
O balanço da WEG mostrou um ritmo positivo no trimestre, devido à surpresa na margem Ebtida — de 22,4%, avaliam Lucas Barbosa e a equipe do Santander. A companhia foi beneficiada, principalmente, pela acomodação dos preços das commodities, além de um melhor mix de produtos e esforços contínuos de ganhos de eficiência.
A WEG ainda reforçou sua capacidade de crescimento, mesmo frente a um momento macroeconômico desafiador, ressalta o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer. “A capacidade da companhia de atuar globalmente em diferentes setores e capturar diversas oportunidades de negócio torna o negócio resiliente e com robustas avenidas de crescimento”, diz.
Mas, apesar dos números positivos, ambas as casas de análise têm indicação neutra para WEGE3 — com preço-alvo de R$ 43, na análise do Santander. Ferrer, da Empiricus, explica que a recomendação reflete o valuation esticado das ações — em 27 vezes o lucros para o ano que vem.
Em reação ao balanço, as ações da WEG subiam 2%, valendo R$ 36,68, às 12h25 desta quarta-feira (19).
WEG no 2T23
Assim como observamos nos últimos dois trimestres, os custos das principais matérias-primas que compõem a estrutura de custos da WEEG — aço e cobre — seguem estabilizando. Assim, a margem bruta da companhia atingiu 33,7%, beneficiada também por melhorias no mix de produtos e programas para ganhos de eficiência.
O Ebitda da WEG somou R$ 1,8 bilhão — alta anual de 46% — e a margem Ebitda foi de 22,4% — ganho de 4,9 pontos percentuais. O lucro líquido foi de R$ 1,4 bilhão no trimestre, com margem líquida de 17%.
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A receita operacional líquida (ROL), por sua vez, totalizou R$ 8,2 bilhões — crescimento de 14% no ano —, impulsionada pelo bom resultado das operações no mercado externo, seguido por um crescimento mais moderado no mercado interno.
No Brasil, o segmento de maior destaque foi o de Equipamentos Eletrônicos e Industriais (EEI), que cresceu 15% na comparação anual, amparado na atividade industrial positiva nos setores de mineração e papel e celulose.
Já no mercado externo, o Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) foi o destaque positivo pelo segundo trimestre consecutivo, com crescimento de 82% na comparação anual. Os negócios se beneficiaram da forte demanda por transformadores para parques de geração de energia renovável nos Estados Unidos e México.