Weg “sobe no boato e realiza no fato”, e agora deve superar impactos no longo prazo
Há um jargão bastante conhecido no mercado financeiro que diz: “sobe no boato e realiza no fato”.
Dito e feito, as ações da Weg (WEGE3) recuaram 6,16% no pregão desta quarta-feira (21), mesmo diante da alta de 54% no lucro líquido da empresa durante o terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019.
Em linhas gerais, diversos agentes do mercado e acionistas celebraram os bons números do balanço divulgado, já outra parcela, como o BTG Pactual (BPAC11), reconheceu a resiliência da companhia catarinense, mas reforçou que as ações “estão inegavelmente caras” e apontou para o tempo como o melhor remédio.
Em tal contexto, o BB Investimentos avalia que o pior já passou, em relação aos impactos de curto prazo desencadeados pelo coronavírus, tanto que a própria companhia vê uma retomada forte dos negócios em todos os segmentos de equipamentos de ciclo curto no Brasil, atingindo níveis pré-pandemia no terceiro trimestre.
A analista do BB, Catherine Kiselar, relembra que os papéis da Weg apresentam uma valorização de 150% em 2020 e de 246% nos últimos 12 meses.
“Apesar da elevada valorização e dos múltiplos caros, acreditamos que o mercado deve continuar apostando na companhia à frente em função da resiliência de seu modelo de negócios em meio à crise, comprovada pelos resultados apresentados”, pontua a especialista que assina a recomendação.
Agora, o principal desafio para a companhia é mitigação dos efeitos da Covid-19 sobre os produtos de ciclo longo.
“O mix de produtos e a exposição geográfica da Weg alinhados à retomada dos investimentos, em especial em infraestrutura, estimulados por pacotes e iniciativas governamentais devem ajudar a Weg a bater o desafio”, conclui Kiselar.
Ao cabo, o BB Investimentos mantém uma recomendação neutra quanto às ações da Weg e informa que nos próximos dias será divulgado um novo preço-alvo estimado para o final de 2021.