Weg apresenta balanço sólido, mas ação está cara e não compensa comprar
A Weg (WEGE3) fez tudo certo no quarto trimestre e seus números foram elogiados por praticamente todos os analistas. “Sólido” foi o adjetivo mais usado para descrever o balanço apresentado ontem (24), com destaque para o aumento de 29% na receita líquida e de 47% no ebitda, quando comparados com um ano antes.
O problema, porém, é que, mesmo entregando um lucro líquido 48% maior, de R$742 milhões, a ação já está cara e não compensa comprá-la, na avaliação do BTG Pactual (BPAC11) e da Ágora Investimentos.
Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Ricardo Cavalieri, que assinam o relatório do BTG Pactual, afirmam que “a Weg entregou resultados sólidos e de alta qualidade no 4T, com uma dinâmica de demanda melhor do que o esperado no mercado doméstico e margem operacional impressionantemente resiliente.”
O trio, contudo, reforçou a recomendação neutra para os papéis. “As ações da Weg estão sendo negociadas a níveis caros de valuation em 65,6x P/L 2021”, explicam. O preço-alvo proposto para o papel é de R$ 90, o que embute um potencial de alta de 3,8% sobre o fechamento de ontem (24).
Acima do preço ideal
A Ágora Investimentos aproveitou a divulgação do balanço para elevar o preço-alvo da empresa de R$ 73 para R$ 80. Ainda assim, isso significa dizer que, para a gestora, o papel precisa cair 7,7% para chegar a um valor justo, na comparação com os R$ 86,70 de ontem.
“Reconhecemos seus sólidos resultados financeiros, uma perspectiva positiva para GTD [geração, transmissão e distribuição de energia] doméstico e os ganhos potenciais das soluções da indústria 4.0”, afirmam Victor Mizusaki e Luiza Mussi, autores da análise da Ágora.
A dupla manteve, porém, a recomendação neutra, devido “principalmente à avaliação cara da WEG (46,1x EV / EBITDA21).”