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Web 3.0: dez tendências para 2020 (Parte 1)

12 jan 2020, 17:00 - atualizado em 10 jan 2020, 13:53
web 3.0
Web 3.0 se refere à nova onda de tecnologias de redes de comunicação, que promete devolver a internet para a mão de seus usuários, pois utiliza avanços em tecnologia peer-to-peer (de pessoa para pessoa) como blockchains a fim de criar serviços de protegem os usuários (Imagem: Money Times)

Se você quiser “redescentralizar” a internet, existem algumas partes infraestruturais importantes que você precisa certificar que estão no lugar.

Hardware, computação, registro de domínio, identidade e sistemas governança descentralizados são alguns exemplos.

Vamos nos aprofundar na infraestrutura que está sendo construída até agora e espiar o que está por vir na Web 3.0 não financeira.

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1. Hardware descentralizado

Não se sabe ao certo se existe uma atual demanda verdadeira para tantas aplicações não financeiras e “sem censura”, dados seus elevados custos relacionados a alternativas centralizadas.

A maior parte dos projetos e mercados de hardware irão enfrentar grandes desafios em alavancar suas redes ao ponto de que economias de escala se iniciem.

Dito isso, dois projetos empolgantes são Helium, que criou um protocolo para incentivar a construção de uma rede de dispositivo de Internet das Coisas (IoT) sem fio, e Orchid, um protocolo de VPN (Rede Privada Virtual) descentralizado.

Orchid é interessante no montante cripto, já que seu protocolo ajuda operadores de nós a ganhar tokens ao fornecer banda larga para usuários em uma rede de roteamento, como Tor (para anonimidade), e um mercado descentralizado.

A demanda por computação e armazenamento descentralizado parece enfraquecida na nova década (Imagem: Pixabay/vdovichenkod)

2. Computação/armazenamento

Junto com a narrativa dos “utility tokens”, a demanda por computação e armazenamento descentralizado parece morta para este ano.

Ainda acreditamos nessa narrativa, apesar de eu achar que já tínhamos essas expectativas ano passado: “essa é uma tendência para os próximos cinco anos, em contraste com 2019; esses tokens vão ser essenciais para impulsionar o futuro crescimento da Web 3.0”.

Recentemente, fiquei mais otimista com tokens de recursos digitais. Conforme a vigilância governamental disparou, o modelo “Airbnb” do excesso de armazenamento de arquivos/computação/dados se tornou mais cativante bem antes do que eu imaginei.

Filecoin lançou sua rede de testes pública semana passada, e o lançamento muito aguardado da rede principal no início do segundo trimestre desde ano (a esse ponto, eu terei liquidez dos meus tokens FIL até 2023 ou 2024).

Storj está na fase beta final de seu lançamento de produção, previsto ainda para o início deste ano.

Sia está se expandindo para o armazenamento de streaming de vídeos, graças a um levantamento de US$ 3,5 em meados de maio de 2019, e teve esclarecimentos regulatórios valiosos na forma de um acordo com a SEC pela oferta de Sianote em 2014.

Esses projetos existem agora, mas não está claro a que grau o lançamento da rede principal e a distribuição de tokens da Filecoin serão impedidos por sua confiança inicial no controverso instrumento de arrecadação de fundos SAFT (Acordos Simples para Futuros Tokens) e como isso irá impactar suas futuras distribuições de tokens.

Se a equipe conseguir resolver as questões pendentes com a SEC (eu espero que sim), então a Filecoin vai ser a pioneira no mercado de armazenamento da Web 3.0. Suas reservas de guerra de ICOs dão bastante espaço para ultrapassar e fazer seus adversários comerem poeira.

Arweave pode ser outra plataforma a se acompanhar, pois foi lançada no fim do ano passado e, recentemente, levantou US$ 5 milhões em financiamento de um ótimo grupo de investidores.

Handshake é uma plataforma que pode substituir a antiga infraestrutura de registro de domínio (Imagem: Pixabay/xresch)

3. Substituição da plataforma ICANN

É óbvio que DNS/Autoridade de Certificação em criptografia precisam de uma atualização. Nada foi tão próximo disso quanto a compra de todos os domínios .org por US$ 1 bilhão, pela Ethos Capital.

Imran Khan, da Token Daily, fez uma publicação fantástica no ano passado sobre como o atual sistema é centralizado e ineficaz. Handshake ainda é a mais cotada para resolver o problema, principalmente entre o grupo dos desenvolvedores (pelo menos neste ciclo de mercado… Lembramos da Namecoin!).

Handshake ainda não saiu da fase de desenvolvimento, mas o sentimento da comunidade indica que estaria chegando próxima do lançamento de sua rede principal (e de um enorme “airdrop” de tokens) nos próximos meses.

Caso aconteça (eu espero que sim), vai ser interessante perceber que sites buscam por uma solução fornecida pela Handshake. Domínios .org insatisfeitos que trabalham em mercados de tecnologia/libertários seriam um bom ponto de partida.

Handshake não é a única na corrida para a substituição da antiga infraestrutura de registro.

Unstoppable Domains, apoiado pela Draper, expandiu seus mercados de domínios para incluir endereços da Ethereum (usando .crypto) em outubro após lançar os mercados de leilões para domínios da Zilliqa em 2019.

Sua principal rival, Ethereum Name Service (ENS), teve uma grande atualização em maio, o que permitiu a emissão de domínios como tokens não fungíveis (NFTs) baseados na Ethereum.

A maioria dos clientes da Unstoppable Domains e da ENS estão adquirindo domínios para a substituição para endereços de chave pública ou possíveis investimentos. Mas nenhuma das duas startups oferece uma solução mais completa do que a prometida pela Handshake.

Blockstack promete ser uma rede de computação descentralizada para aplicativos que não possam ser “maus” (Imagem: Twitter/Blockstack)

4. Blockstack

Veremos rapidamente se é sustentável um token de cripto sobreviver ao processo de registro da SEC e promover uma rede e comunidade completamente funcionais.

Seguindo pelo caminho da regulação Reg A, Blockstack permitiu que investidores norte-americanos não qualificados adquirissem tokens STX e, simultaneamente, tornar possível aos investidores venderem os tokens em qualquer corretora no país.

Então qual é o plano? No futuro, a Blockstack acredita que o projeto poderia ser “suficientemente descentralizado” que permitiria o desregistro de tokens.

Fora do âmbito da emissão de tokens, Blockstack está trabalhando em algo que realmente importante (uma raridade em cripto hoje em dia) e desenvolvendo um novo tipo de tecnologia que dá aos usuários controle total de seus dados em aplicações.

Blockstack foi mais do que apenas uma inspiração para o novo enredo do Vale do Silício. O marketing deles também é ótimo.

Em cripto, “oráculos” são serviços que enviam e verificam ocorrências a fim de mandar essas informações a contratos inteligentes, impulsionando as mudanças de estado no blockchain (Imagem: Pixabay/geralt)

5. Oráculos

Estou confuso com a Chainlink. Qual é a solução para o Oracle Problem evasivo? Ou será apenas um projeto exagerado que parece ter herdado o #XRPArmy (exército da Ripple) como seguidores?

As gigantes da tecnologia, Oracle e Google, anunciaram planos de usar a rede da Chainlink para propósitos de compartilhamento de dados, e vários e grandes projetos construídos na Ethereum, como Synthetix e Streamr, recorreram à Chainlink para feeds de dados confiáveis.

Mas eu ainda não entendo a economia do token por si só. E com certeza não entendo o seu valor líquido de US$ 1,3 bilhão.

Fora da Chainlink, diversos protocolos DeFi, como MakerDAO, Compond e UMA, também apresentaram novos designs de oráculos em 2019 para remover a camada de confiança relacionada a seus feeds de preço.

Protocolos e aplicações financeiros, como derivativos, precisam de dados ultraconfiáveis (é claro), mas existem rendimentos decrescente em todos esses novos lançamentos de oráculos.

Eu acho que a taxa de novos lançamentos vai diminuir, assim como a variedade de soluções, por conta de projetos que fundem seus designs e se convergem em um padrão de contrato de oráculo unificado.

Não há motivos para a MakerDAO não adotar alguns dos elementos de Mecanismo de Verificação de Dados da UMA, por exemplo.