Internacional

‘War insider’: Traders operaram vendido antes de ataque a Israel, mostra estudo

05 dez 2023, 19:01 - atualizado em 05 dez 2023, 19:01
Estudo indica que investidores anteciparam as perdas na bolsa de Israel (Imagem: Pixabay)

Um estudo recente de Robert J. Jackson Jr. e Joshua Mitts, professores de Direito das Universidades de Columbia e de Nova York (NYU), afirma que houve um aumento significativo nas operações de venda a descoberto (conhecidas como short, no jargão do mercado) do principal ETF de empresas israelenses antes do ataque do Hamas em 7 de outubro.

O texto “Trading on Terror?” visa analisar a prática de operadores informados ocultarem transações em títulos como fundos negociados em bolsa (ETFs), especialmente em resposta a conflitos militares.

Segundo os autores, no caso de Israel, houve um aumento no padrão nas operações short, superando as vendas a descoberto durante outras crises, como a recessão pós-crise financeira e a pandemia de Covid-19. O ETF analisado foi o MSCI Israel Exchange Traded Fund.

O estudo sugere que operadores com informações privilegiadas podem ter lucrado com esses eventos, explorando lacunas na aplicação das leis contra negociação informada, e oferece insights para políticas relacionadas a negociações geopolíticas.

Eles afirmam, por exemplo, que o banco Leumi, o maior do país, operou com 4,43 milhões de ações vendidas a descoberto. Considerando o período de 14 de setembro ao dia 5 de outubro, o lucro foi de 3,2 bilhões de shekels (US$ 859 milhões).

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Israel nega movimento ‘incomum’ na bolsa

Segundo a Reuters, a bolsa de Tel Aviv (Tase) negou negociações incomuns. Um representante da bolsa disse à agência que os autores calcularam de forma errada, pois os preços das ações são listados em agorot, que são semelhantes a centavos, em vez de shekels.

Com isso, o lucro na verdade seria de 32 milhões de shekels (US$ 8,5 milhões).

“Não vejo nos dados algo sequer próximo do que eles escreveram no artigo”, disse Yaniv Pagot, chefe de negociação da bolsa.

Ele disse que não houve contato dos autores com a bolsa israelense. “Não havia nada de anormal nas posições vendidas na bolsa de valores nos dois meses anteriores ao ataque”, afirma.