Wall Street sente a pressão da volta aos escritórios
Em todos os cantos no novo Wall Street virtual, começa a surgir a pergunta: quando os chefes nos mandarão de volta aos escritórios reais?
Quase seis meses após a pandemia de coronavírus esvaziar torres e pregões em Nova York e ao redor do mundo, executivos do JPMorgan Chase têm discutido como convencer funcionários a voltar para a cidade e outros lugares onde a Covid-19 desacelerou, de acordo com pessoas a par do assunto.
O banco já pediu a alguns novos analistas que se dirigissem a escritórios em Nova York e Londres para se apresentarem pessoalmente após o treinamento em sala de aula online.
O Goldman Sachs aconselhou novos contratados a ficarem perto de seus escritórios, caso sejam chamados. E a Blackstone incentivou profissionais de investimento a retornar.
Depois do feriado do Labor Day nos EUA, muitos que tiveram a opção de trabalhar em casa estão ansiosos para saber o que vem a seguir.
Memorandos são analisados em busca de pistas sobre as preferências dos chefes. São referências a medidas de segurança no escritório, ao reconhecimento do cansaço de trabalhar em casa ou um empurrão para repovoar as torres de Midtown?
Uma carta recente do alto escalão da Jefferies Financial dizia: “Provavelmente todos nós sentimos que trabalhar em casa é simplesmente demasiado, porque todos sentimos falta uns dos outros e, no final das contas, todos sabemos que somos mais eficazes pessoalmente do que no Zoom”, disseram o CEO, Richard Handler, e o presidente, Brian Friedman.
Posteriormente, fizeram a ressalva de que “nenhuma pessoa na Jefferies deveria sentir pressão para retornar aos nossos escritórios”.
Na verdade, quase todos os bancos afirmam que os funcionários não estão sob pressão para voltar. No entanto, isso é Wall Street, onde a competitividade é alta e a paranoia domina para fechar negócios, conquistar bônus e ganhar promoções.
Conversas discretas sobre o que vem a seguir são onipresentes, embora poucas pessoas estejam dispostas a falar abertamente sobre o assunto por medo de parecerem muito relutantes ou, pior, prontas para serem voluntárias.
Executivos do JPMorgan vão observar nas próximas semanas para identificar se os níveis de infecção pioram à medida que mais pessoas voltam aos escritórios.
Se tudo correr bem, os convites para regressar voluntariamente podem virar mandatos, disse uma pessoa que pediu para não ser identificada.
Mesmo sob esse cenário mais extremo, o banco não prevê que seus edifícios em Nova York irão superar 50% da capacidade no futuro previsível.