Wall Street fecha semana com perdas ampliadas por decepção com Netflix
Os principais índices de Wall Street fecharam em forte queda nesta sexta-feira depois de os papéis da Netflix (NFLX) despencarem na esteira de um balanço fraco que também pesou sobre rivais, e as bolsas encerraram uma semana ruim em tom negativo, ao fim de uma semana brutal para as ações na qual o S&P 500 e o Nasdaq registraram suas maiores quedas percentuais semanais desde o início da pandemia, em março de 2020.
O S&P 500, considerado a referência do mercado de ações dos Estados Unidos, registrou sua terceira semana consecutiva de baixa e está 8,3% abaixo do recorde alcançado no início de janeiro.
As perdas também se aprofundaram para o Nasdaq depois que o índice com forte peso de papéis de empresas de tecnologia mergulhou nesta semana em território de correção, em retração de mais de 10% ante o pico de novembro.
O Nasdaq agora cai 14,3% em relação ao recorde e nesta sexta-feira fechou em seu nível mais baixo desde junho.
As ações da Netflix despencaram 21,8%, pesando sobre o S&P 500 e o Nasdaq, após a gigante do streaming prever um fraco crescimento no número de assinantes.
As ações do concorrente Walt Disney caíram 6,9%, puxando o Dow, enquanto Roku perdeu 9,1%.
“Foi realmente uma continuação de um tumulto no setor de tecnologia”, disse Paul Nolte, gestor de portfólio da Kingsview Investment Management.
O índice S&P 500 fechou em queda de 1,89%, a 4.397,94 pontos. O S&P ficou abaixo de sua média móvel de 200 dias, nível técnico importante, pela primeira vez desde junho de 2020.
O Dow Jones caiu 1,30%, a 34.265,37 pontos, em baixa pela sexta sessão consecutiva, mais longa sequência negativa desde fevereiro de 2020.
O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 2,72%, a 13.768,92 pontos.
Na semana, o S&P 500 (SPX) caiu 5,7%, o Dow Jones (DJI) recuou 4,6%, e o Nasdaq (US100) perdeu 7,6%.
As ações estão tendo um começo difícil em 2022, já que um rápido aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro em meio a preocupações de que o banco central dos EUA se tornará agressivo no controle da inflação atingiu particularmente as ações de tecnologia e de crescimento.
E investidores estão bastante atentos à reunião do Fed da próxima semana, em busca de mais clareza sobre os planos do banco central de apertar a política monetária nos próximos meses, depois de dados na semana passada mostrarem que os preços ao consumidor dos EUA em dezembro tiveram o maior aumento anual em quase quatro décadas.