Mercados

Wall Street tomba 3% com decisão do Fed; Dow Jones tem maior sequência de perdas em 50 anos

18 dez 2024, 18:04 - atualizado em 18 dez 2024, 18:10
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Wall Street caiu mais de 1% com previsão de menos cortes nos juros dos EUA em 2025; Dow Jones tem pior sequência de queda desde 1974 (Imagem: REUTERS/Lucas Jackson/File Photo)

No segundo dia de fortes quedas, Wall Street reagiu à decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros e a perspectiva do Banco Central norte-americano para o próximo ano.

O VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo” chegou a disparar quase 50%, a 23,31 pontos, em meio a perspectiva de que os juros ficarão elevados por mais tempo — e acima da previsão anterior do mercado.

Em destaque, o índice Dow Jones completou o décimo dia consecutivos de baixa — a maior sequência negativa desde 1974.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

  • S&P 500: -2,95%, aos 5.872,16 pontos;
  • Dow Jones: -2,58%, aos 42.326,87 pontos;
  • Nasdaq: -3,56%, aos 19.392,69 pontos.

Os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, voltaram a se aproximar da marca psicológica de 5%. Os juros projetados para a dívida de 10 anos, por exemplo, bateu máxima a 4,51%. Já para 30 anos, que são referência para o mercado de hipotecas, fecharam a 4,654%, próximo da máxima intradia.

Em linhas gerais, os Treasuries são considerados o investimento mais seguro do mundo, pelo fato de o governo norte-americano nunca ter dado calote na história e ainda ser o emissor da moeda — no caso o dólar.

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O que movimentou Wall Street hoje?

Os investidores reagiram à decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed de cortar os juros em juros 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50% — como o esperado.

Mas o Banco Central norte-americano reservou uma ‘surpresa’ de fim de ano: a previsão de apenas dois cortes, de 25 pontos-base cada, em 2025 — segundo o gráfico de pontos (dot plot). Isso representa 50 pontos-base a menos do que as autoridades previam em setembro.

“Com a decisão de hoje, reduzimos nossa taxa de política em um ponto percentual inteiro de seu pico, e nossa postura política agora é significativamente menos restritiva”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, durante a coletiva de imprensa após a decisão. “Podemos, portanto, ser mais cautelosos ao considerar mais ajustes em nossa taxa de política.”

O colegiado também elevou as projeções de inflação de 2,1% para 2,5% no primeiro ano de mandato do presidente Donald Trump — bem acima da meta de 2%.

“Após a divulgação dos números formou-se um consenso de que não haverá cortes na primeira reunião de 2025. Ficou claro que, apesar dos progressos realizados, as preocupações com a evolução da inflação estarão conosco em 2025. Não apenas por conta dos indicadores de 2024, mas também pelos potenciais impactos das políticas econômicas anunciadas pelo presidente Trump”, afirmou o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori.

Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.