Wall Street fecha em queda à espera de corte nos juros pelo Fed; Dow Jones tem pior sequência de baixa em quase 50 anos
Na véspera da última decisão de política monetária de 2024, Wall Street ficou de lado após dados mais fortes que o esperado renovarem as apostas de que Federal Reserve deve manter os juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos.
Parte do mercado já precifica uma pausa para a primeira reunião do Fed no ano que vem, em janeiro, que pode ser seguida por uma estratégia de alternar cortes com pausas ao longo de 2025.
“Essa visão se baseia em uma inflação que demora a rumar à meta enquanto a atividade segue aquecida, conforme os dados mais recentes, além da preocupação com políticas do futuro governo que possam ser inflacionárias”, afirma Paula Zogbi, gerente de research e diretora de conteúdo da Nomad, em nota.
Em consequência, o índice Dow Jones registrou a 9ª queda consecutiva, a maior sequência de baixas de 1978.
“O Dow Jones tem sido mais sensível a essa expectativa por sua composição, já que companhias mais cíclicas são mais relevantes nesse índice do que em benchmarks como o Nasdaq e o S&P500, cujas principais participantes são as big techs“, disse Zogbi.
Confira como fecharam os índices de Nova York:
- S&P 500: -0,39%, aos 6.050,61 pontos;
- Dow Jones: -0,61%, aos 43.449,90 pontos;
- Nasdaq: -0,32%, aos 20.109,06 pontos.
O que movimentou Wall Street hoje?
Os investidores seguiram calibrando as expectativas para a última decisão de política monetária no ano.
A reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) começou hoje (17) e se estende até amanhã (18) — quando o colegiado divulga a decisão acompanhada a da entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.
Os traders veem 95,4% de o Banco Central norte-americano cortar os juros 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50%, segundo a ferramenta de monitorando FedWatch, do CME Group.
Em segundo plano, o mercado reagiu a novos dados. Entre eles, as vendas no varejo aumentaram 0,7% em novembro, após um ganho revisado para cima de 0,5% em outubro, informou o Departamento de Comércio do país.
Os economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, avançariam 0,5% no mês.