Wall Street encerra em baixa com aumento de casos do coronavírus e perspectiva fraca da economia
Os três principais índices de Wall Street sofreram a maior queda percentual diária em quase duas semanas nesta quarta-feira, com um salto em casos de coronavírus nos Estados Unidos intensificando medo de mais uma rodada de paralisações pelo governo e piora de danos econômicos.
O Nasdaq, que fechou na terça-feira em máxima recorde, encerrou nesta quarta série de oito pregões seguidos de ganhos, a mais longa desde dezembro de 2019.
Os três índices tiveram a maior queda percentual diária desde 11 de junho.
O índice Dow Jones reduziu 2,72%, para 25.445,94 pontos, o S&P 500 perdeu 2,59%, para 3.050,33 pontos, e o Nasdaq caiu 2,19%, para 9.909,17 pontos.
Os EUA registraram o segundo maior aumento de infecções desde o início da crise sanitária, com surto de casos em Estados onde as restrições destinadas a conter a doença foram afrouxadas mais cedo.
Os governadores de Nova York, Nova Jersey e Connecticut anunciaram que visitantes de Estados com altas taxas de infecção pelo coronavírus devem fazer quarentena por 14 dias após sua chegada.
“Hoje finalmente foi o dia em que os mercados aceitaram o fato de que o aumento dos casos do Covid-19 pode significar recuperação mais lenta da economia”, disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da National Securities, em Nova York.
A pandemia parece estar causando danos maiores e mais profundos à atividade econômica do que se pensava. O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse agora esperar que a produção global encolha 4,9%, em comparação a queda de 3,0% prevista em abril.
Ações das companhias aéreas, resorts e operadores de cruzeiros dos EUA tiveram fortes quedas nesta sessão, já que o setor de viagens tem sido duramente afetado pelas paralisações. Royal Caribbean Cruises Ltd, a Norwegian Cruise Line Holdings Ltd e a Wynn Resorts sofreram tombos nesta sessão juntamente com o índice de companhias aéreas da Bolsa de Valores de Nova York.
A operadora de cruzeiros Carnival Corp desabou 11%, depois que a agência de classificação de risco S&P rebaixou para status “junk” os bônus da empresa.