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Wall Street amplia recrutamento em faculdades por diversidade

21 ago 2020, 18:01 - atualizado em 21 ago 2020, 18:01
Wall Street
Wall Street vem sendo criticada pela falta de diversidade. Havia apenas um executivo negro entre mais de 80 pessoas no alto escalão dos seis maiores bancos dos EUA em meados de junho (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Universitários que pretendem trabalhar em bancos de investimento não estão mais vendo representantes do JPMorgan Chase ou Goldman Sachs Group em eventos de carreiras.

Anterior à pandemia do coronavírus, a decisão do JPMorgan de substituir as visitas presenciais ao campus por entrevistas em vídeo permite que o banco converse com candidatos de uma gama mais ampla de escolas e é semelhante a uma mudança já feita pelo Goldman.

As iniciativas visam aumentar a diversidade, chegando além do punhado de faculdades de administração e universidades de primeira linha que têm laços de longa data com o setor financeiro.

“É preciso ter uma estratégia abrangente que incorpore relacionamentos com escolas fora de sua bolha tradicional”, disse Anthony Wilbon, reitor da Faculdade de Administração da Universidade Howard, que historicamente tem predominância de alunos negros.

Wall Street vem sendo criticada pela falta de diversidade. Havia apenas um executivo negro entre mais de 80 pessoas no alto escalão dos seis maiores bancos dos EUA em meados de junho.

O problema também está abaixo do alto escalão. Os negros, que compõem mais de um sétimo da população dos EUA, são menos de 10% dos gerentes de nível médio nos principais bancos do país.

É difícil medir o progresso logrado com as recentes mudanças de recrutamento na composição do setor financeiro, considerando seu tamanho e a falta de dados abrangentes sobre empregos nas universidades e instituições financeiras.

Mas um estudo de dados do LinkedIn focado em 13 grandes bancos dos EUA e Reino Unido e realizado em julho concluiu que o setor ainda tem uma parcela desproporcional de colaboradores formados por faculdades de elite.

O estudo, compilado pela empresa de suporte a recrutamento SHL, mostrou que mais de 40% dos formados em universidades dos EUA que trabalham para os bancos da amostra frequentaram uma faculdade particular e 7,4% frequentaram uma universidade do grupo de primeira linha conhecido como Ivy League. Quase dois terços dos funcionários do Goldman fizeram faculdade privada, o maior percentual entre os bancos americanos no estudo.

Embora os ex-alunos das universidades da Ivy League e outras instituições particulares ainda predominem nos maiores bancos, incluindo Barclays, as instituições públicas tiveram representação muito mais ampla nas empresas em geral. Sete das 10 principais universidades dos EUA envolvidas na pesquisa são públicas, incluindo a Universidade Estadual do Arizona e a Universidade Estadual de Ohio. Somente duas instituições da Ivy League — Columbia e Cornell — entraram no ranking.

A Universidade de Nova York teve o maior número de graduados trabalhando nos 13 bancos, representando mais de 5.000 dos 207.251 perfis pesquisados.

No JPMorgan, no primeiro ano, a mudança no recrutamento permitiu que o banco entrevistasse números nunca atingidos de candidatos e escolas, disse Robert Walke, chefe global de recrutamento em campus.

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