Bolsas de Wall Street disparam com trégua no ‘tarifaço’ de Trump; Nasdaq tem maior alta desde 2001

Após quatro sessões de quedas consecutivas, Wall Street voltou ao tom positivo, em mais um dia marcado pela forte volatilidade e a guerra comercial entre Estados Unidos e China no centro das atenções.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- Dow Jones: +7,87%, aos 40.608,45 pontos;
- S&P 500: +9,52%, aos 5.456,90 pontos;
- Nasdaq: +12,16%, aos 17.124,97 pontos.
Durante a sessão, o S&P 500 registrou o maior ganho diário desde 2008. O índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, também teve o maior salto diário desde janeiro de 2001 e o segundo melhor desempenho intraday na história. Dow Jones fechou a sessão com o maior avanço desde março de 2020.
O que movimentou Wall Street hoje?
O ‘fôlego’ foi retomado após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma pausa temporária nas tarifas de importação impostas a, pelo menos, 75 dos países listados no ‘plano tarifário’ de 180 países.
Na rede social Truth, o chefe da Casa Branca anunciou a suspensão das taxas adicionais por 90 dias. As taxas recíprocas para os países “selecionados” também foram reduzidas a 10% durante o período. As medidas, segundo Trump, têm efeito imediato.
O recuo de Trump acontece no mesmo dia em queda as tarifas recíprocas entraram em vigor, direcionadas a países em queda os EUA têm déficits comerciais.
- Relembrando: há uma semana, o Trump anunciou o ‘plano tarifário’ sobre produtos de mais de 180 países, no chamado ‘Dia da Libertação’ (2 de abril). Além das taxas recíprocas, iniciadas hoje (9), a medida previa uma taxa universal de 10% sobre todas as importações no território norte-americano, que tinha começado a valer no último sábado (5).
Apesar do alívio temporário, a Casa Branca elevou as tarifas contra os produtos chineses pelo segundo dia consecutivo. A partir de hoje (9), as mercadorias e bens da China estarão sujeitos a uma taxa de 125% ao chegar em solo norte-americano. A decisão foi uma nova resposta à retaliação de Xi Jinping ao ‘tarifaço’ de Trump. Nesta quarta-feira (9), a China elevou as taxas retaliatórias para produtos norte-americanos para 84%.
No final da tarde, Trump disse que espera um acordo com a China. Segundo ele, o governo chinês está disposto a negociar as sobretaxas, mas “ainda não sabe como começar” as conversas.
A ata da mais recente reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) ficou em segundo plano. Os membros do Fomc afirmaram que planos tarifários iniciais do governo Trump aumentaram a incerteza sobre as perspectivas econômicas, justificando a “abordagem cautelosa” da política monetária.
No documento, o colegiado também considerou manter as taxas de juros mais altas por mais tempo se a inflação persistisse, ou cortar as taxas se uma economia enfraquecida precisasse de atenção mais imediata. Na última decisão, o Fed manteve a taxa no intervalo entre 4,25% a 4,50% ao ano.
Os investidores ainda aguardam novos dados econômicos, entre eles, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI, na sigla em inglês). A ata da última reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) do Fed será divulgada na próxima quarta-feira (9).