Wall Street estende perdas pela 4ª sessão consecutiva com guerra tarifária

Wall Street encerrou o quarto pregão consecutivo de forte perdas, em meio à escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. A Casa Branca elevou a tarifa recíproca de 34% para 50% sobre os produtos chineses após o gigante asiático não retirar as taxas retaliatórias.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- Dow Jones: -0,84%, aos 37.645,59 pontos;
- S&P 500: -1,57%, aos 4.982,77 pontos;
- Nasdaq: -2,15%, aos 15.267,91 pontos.
O S&P 500 encerrou a sessão abaixo dos 5 mil pontos pela primeira vez no ano e voltou a encostar no ‘bear market‘, operando 19% abaixo da máxima histórica. Desde a última quinta-feira (3), cerca de cinco mil pontos já foram liquidados do índice Dow Jones.
Entre as ações, a Apple (AAPL) foi uma das companhias mais pressionadas na sessão devido a sua exposição à China. Os papéis da fabricante de iPhones caíram mais de 6% durante a sessão. No acumulado dos últimos quatro dias, a big tech recuou mais 22%, sendo o pior período desde 2008.
O VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo” seguiu em disparada e operou no nível dos 50 pontos. Ontem (7), o índice disparou e superou os 60 pontos, no maior patamar em mais de oito meses.
O que movimentou Wall Street hoje?
Os indicadores de Wall Street iniciaram a sessão desta terça-feira (8) em alta de mais de 2%, na expectativa de acordos entre os Estados Unidos e vários países, entre eles a China, sobre o plano tarifário.
Pela manhã, o presidente norte-americano, Donald Trump afirmou que “queria fazer um acordo” com a China, embora Pequim ainda não tenha entrado em contato para uma negociação. Ele também sinalizou um possível “grande acordo” com a Coreia do Sul. Na véspera, o presidente dos EUA anunciou que o Japão deve enviar uma “equipe de ponta” ao país, para negociar as tarifas comerciais.
Mas ‘o jogo virou’ no início da tarde. O Ministério do Comércio da China anunciou que o país não ia ceder e estava para “lutar até o fim”. Minutos após o pronunciamento, a Casa Branca confirmou a elevação da tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses a partir de amanhã (9), como o prometido anteriormente. Com a sobretaxa, os EUA taxaram os produtos da China em 104%.
A escalada da guerra tarifária reforçou as preocupações sobre uma possível recessão nos EUA e, consequentemente, o declínio da atividade econômica global.
Em reação, o mercado elevou as apostas de corte nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve (Fed) na próxima reunião. Os agentes financeiros agora veem a 51,8% de chance de o Fed cortar os juros em 25 pontos-base em maio, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Ontem (7), a probabilidade era de 38,5%.
Os investidores ainda aguardam novos dados econômicos, entre eles, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI, na sigla em inglês). A ata da última reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) do Fed será divulgada na próxima quarta-feira (9).