Wall Street tomba com ameaça na China no setor de tecnologia; Nasdaq cai mais de 3% e Nvidia derrete 12%
Às vésperas da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros, Wall Street iniciou a semana em forte queda — mas a culpa não é da política monetária. Nesta segunda-feira (27), o mercado norte-americano recua em meio à preocupação com o estouro da bolha de ações de inteligência artificial com o surgimento de empresa chinesa à altura da Nvidia.
No pré-mercado, o índice Nasdaq chegou a cair mais de 3% — com a gigante de chips derretendo mais de 12%.
O VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo” chegou a disparar quase 40%, a 20,60 pontos, nas primeiras do pregão.
Confira como operam os índices de Nova York após a abertura:
- S&P 500: -1,79%, aos 5.992,25 pontos;
- Dow Jones: -0,29%, aos 44.296,73 pontos;
- Nasdaq: -3,13%, aos 19.330,59 pontos.
O que pressiona Wall Street hoje para o tom negativo?
Os índices de Wall Street operam em queda com a ameaça da China no setor de inteligência artificial (IA).
Na semana passada, a startup chinesa DeepSeek lançou um modelo de IA de código aberto que supostamente superou o ChatGPT, da Open AI, em vários testes. O modelo levou apenas dois meses e cerca de US$ 6 milhões para ser construído usando chips de capacidade reduzida da Nvidia, chamados H800s.
O assistente gratuito usa chips de baixo custo e menos dados levantaram preocupações sobre perda de liderança global dos Estados Unidos em inteligência artificial e também colocaram em questão os enormes gastos das big techs na construção de modelos de IA e data centers.
Já nesta segunda-feira (27), o AI Assistant, da DeepSeek, ultrapassou o rival ChatGPT e se tornou o aplicativo gratuito mais bem avaliado disponível na App Store, da Apple, nos Estados Unidos.
Em reação, as ações das principais empresas de tecnologia caem forte em Wall Street, entre elas, Nvidia, ASML Holding, AMD e Microsoft.
Além disso, a quase guerra comercial entre os Estados Unidos e a Colômbia no último domingo (26) também movimentam o pregão. No fim de semana, o presidente colombiano Petro se negou a receber voos com dep0rtados “mal-tratados” pelos EUA. O presidente norte-americano, Donald Trump, por sua, ameaçou taxar em 25% todos os produtos do país sul-americano — e que aumentaria a alíquota para 50% em uma semana.
Para evitar a taxação ‘pesada’ de Trump, Petro voltou atrás e concordou com os termos da Casa Branca e passou a aceitar aeronaves militares que transportassem imigrantes deportados.
Os investidores também aguardam a decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve na próxima quarta-feira (29), a primeira reunião desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. A expectativa é de que o Banco Central mantenha os juros na faixa de 4,25% a 4,50%.