Wall Street tomba com tensão comercial entre EUA e China após o rali histórico

Depois de alcançar máximas históricas, Wall Street voltou ao tom negativo e encerrou as negociações em forte queda com o acirramento da guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- Dow Jones: -2,50%, aos 39.593,66 pontos;
- S&P 500: -3,46%, aos 5.268,05 pontos;
- Nasdaq: -4,31%, aos6.387,31 pontos.
No dia anterior, o S&P 500 registrou o maior ganho diário desde 2008 e a terceira melhor sessão desde a Segunda Guerra Mundial. O índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, também teve o maior salto diário desde janeiro de 2001 e o segundo melhor desempenho intraday na história. Dow Jones fechou a sessão com o maior avanço desde março de 2020.
O que movimentou Wall Street hoje?
O forte apetite ao risco com a ‘trégua’ das tarifas de importação anunciadas há uma semana durou pouco — ou melhor, apenas uma sessão. Ontem (9), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma pausa temporária nas taxas impostas a, pelo menos, 75 dos países listados no ‘plano tarifário’ de 180 países.
As tarifas adicionais foram suspensas por 90 dias e as recírpocas foram reduzidas a 10% para países que não anunciaram retaliações ao ‘tarifaço’ de Trump. Porém, a Casa Branca elevou as tarifas contra os produtos chineses para 125%, em retaliação a alíquota de 84% imposta pela China aos bens e mercadorias fabricados nos EUA.
Já nesta quinta-feira (10), a China anunciou a restrição aos filmes produzidos em Hollywood. Em nova reposta, os EUA aumentaram, pelo terceiro dia consecutivo, as tarifas contra a segunda maior economia, para 145% — que, segundo a Casa Branca, é uma correção em relação ao divulgado na véspera (9).
No início da tarde, Trump voltou a afirmar que quer fazer um acordo com a China, em uma reunião do gabinete aberta à imprensa. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que, ao fechar acordos com os países, haverá mais certeza sobre a política comercial.
Os investidores também reagiram a novos dados de inflação nos EUA, ainda que em segundo plano. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% em março, informou o Departamento do Trabalho do país. A inflação norte-americana acumula alta de 2,4% em 12 meses.
Após o dado, os agentes financeiros reduziram a aposta de que o Federal Reserve (Fed) deve manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano na próxima reunião, em maio. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os traders veem 71,8% de chance de o Fed decidir pela manutenção dos juros, ante a probabilidade de 79,6% ontem (9).