Economia

Waldery diz que pediu para deixar secretaria de Fazenda

03 maio 2021, 12:20 - atualizado em 03 maio 2021, 12:20
Waldery
“De fato não foi uma demissão, não existe isso”, disse Waldery (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse nesta segunda-feira, em o que afirmou ser seu último compromisso público no cargo, que a decisão de tirá-lo do posto foi tomada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a partir de um pedido seu, que teria sido feito em dezembro.

“De fato não foi uma demissão, não existe isso”, disse Waldery durante audiência pública em comissão mista do Congresso que trata da Covid-19, ressaltando que segue na equipe econômica e que o próprio Guedes afirmou à imprensa na semana passada que o que ocorrera havia sido um “remanejamento” na equipe.

Guedes anunciou na terça-feira, após vazamentos na imprensa, que Waldery passará a ser assessor especial em seu gabinete e que o hoje secretário do Tesouro, Bruno Funchal, assumirá a secretaria de Fazenda. Para o lugar de Funchal, irá Jeferson Bittencourt, servidor de carreira do Tesouro.

Questionado na ocasião se a saída de Waldery da Fazenda teria tido relação com desgastes em torno das negociações com o Congresso sobre o Orçamento de 2021, Guedes disse que “naturalmente, políticos têm mais interesse em conversar com quem oferece mais alternativas”. O ministro também mencionou que o Tesouro e a Fazenda sofrem um desgaste maior em razão de executarem situação difícil “de segurar o caixa”.

“Conversei com o ministro Paulo Guedes em dezembro do ano passado que por uma questão estritamente pessoal haveria uma possibilidade de eu sair da Secretaria Especial de Fazenda, foi um pedido pessoal meu”, disse Waldery. Segundo ele, a questão foi discutida em algumas reuniões internas ao longo dos três meses seguintes.

Waldery frisou que Funchal foi para o Tesouro –em substituição ao economista Mansueto Almeida– a partir de uma iniciativa sua. Também procurou destacar que a Fazenda tem uma interlocução constante com o Congresso, sempre baseada na responsabilidade fiscal.

“Nós somos combatentes da política fiscal responsável. A interlocução que a Fazenda tem com o Congresso é essa que está acontecendo agora. A interlocução que eu tenho, que a Fazenda tem, que as equipes da Fazenda têm, é essa que está acontecendo aqui.”

“Temos por diretriz que a gestão fiscal responsável não é uma escolha do gestor, mas uma obrigação imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal.”